Uma singela diferença

Confesso que para alguém que gosta de lidar com palavras é muito fácil usá-las para convencer qualquer um, de qualquer coisa. É muito mais fácil usá-las, do que ter que se esforçar em provar algo.
Uma dose de doçura e meia xícara de meias palavras bonitas e pronto! Todos se derretem e acreditam no que você escreveu.
E o mais inquietante é que você mesmo acaba acreditando naquelas malditas palavras.
Pra quê?!
Todo mundo sonha com um amor, e qualquer sentimentozinho que apareça a gente vai logo escrevendo sobre o amor, e em um futuro, e em felizes para sempre. A gente precisa disso, não é?
E são poemas, contos, músicas... E todo mundo, inclusive você, acredita que o amor já bateu na sua porta diversas vezes.
Vai saber!
Mas, aí, do nada aparece alguém, que a princípio é só mais alguém. E de repente, você, a pessoa que brincava com a palavras se vê sem nenhuma delas. Um reboliço acontece dentro de si e nada sai além daquela frieza das mãos, do som do coração acelerado, do suor descendo pela testa e do sorriso mais idiota do mundo no seu rosto. Você corre, tenta se esconder... Respira fundo, pega um lápis e um papel, fecha os olhos e se concentra.
Você tenta, tenta... e nada acontece.
Cadê as palavras agora?
O que eu não sabia, era que o amor nos faz perder todas as palavras. Não adianta procurar, nada será suficientemente bom, ou eficaz, para descrever esse sentimento estranho que veio do nada e te faz suspirar todos os dias.
Não se preocupe! Seus olhos, seu sorriso e suas mãos falarão por você sempre que as palavras faltarem.
Percebeu a diferença?