18 de agosto de 2011

Uma campanha a favor da saúde mental dos outros e contra a violência urbana

A primeira coisa que quero deixar bem claro é que eu AMO música. Sou alucinada por essa arte maravilhosa e não consigo passar nem um dia sequer sem apreciá-la.
E eu sei também que ouvir uma música quando se está indo para o trabalho e PRINCIPALMENTE na volta, quando você está indo pegar aquele ônibus cheio, em pé, naquele engarrafamento maldito; é um alívio, uma paz. Eu te entendo companheiro, porque venho usando essa técnica pra me esquivar desses estresses engarrafais desde a época do colégio. Mas dê atenção a uma coisa que eu sempre fiz: usei fones de ouvido.
Acredite que eu sou a pessoa mais à favor da liberdade que existe, principalmente da liberdade de expressão. Mas, ouvir música no celular, em pleno ônibus lotado, no auto falante... É demais. 
O pior é que não é só você que vai fazer isso. Hoje mesmo, como um exemplo real, estava eu depois de um dia completamente chato e estressante, entrando no ônibus. No meio do mundarél de gente naquela lata de sardinha eu consegui achar um lugar e quando pensei que ia poder me acomodar e 'aproveitar' a viagem em paz, começou um surdunço no meu ouvido. É que o cara do meu lado estava com o seu celular lindo e maravilhoso na mão ouvindo um forró pé de serra gospel. Não estava tão alto o volume não, mas a música tinha muita batida de triângulo, o que me irritou um pouco. Não bastando o forró de Jesus, um carinha encostado na janela, com o boné pra trás e roupa da Cyclone, começou a ouvir no auto falante as suas músicas favoritas também. Para quem é morador da cidade de Salvador, vocês já sabem do estilo musical que o carinha estava ouvindo: PAGODE. Meus caros leitores das outras partes do Brasil, o pagode soteropolitano é um ritmo envolvente mas completamente alto e barulhento, além de possuir letras nada poéticas. Uma senhora do meu lado pegou ar umas três vezes e começou a puxar assunto comigo, irritada. Fiquei com medo dela ir em cima do cara da Cyclone e fazê-lo engolir o celular e aquelas "letras absurdas" (foi o que a moça falou). Enfim, compreendam que eu estava ouvindo uma mixagem de um forró pé de serra de Jesus, com letras lindas falando que "é de graça" a coisa lá.
A maioria das pessoas que pegam o ônibus no entardecer, acabaram de sair de um dia inteiro no trabalho. Tudo que elas mais querem é encontrar um momento de paz e voltarem para suas casas. Todo mundo tem o direito de ouvir o que quiser, mas não podemos esquecer que os outros não são obrigados a ouvir o que você está ouvindo. Temos de respeitar os que estão ao redor, e ouvir som alto no meio de um ônibus lotado não é respeito. Você com certeza estará causando estresse para alguém e está se arriscando muito. Para pessoas que não estão tendo um dia bom, um som alto com músicas barulhentas pode ser um motivo enorme para uma briga.
Se você acha que estou exagerando, acredite, não estou.
Para o seu bem estar físico e para o bem da saúde mental dos outros:




8 comentários:

Isaac Santos disse...

Minha cara, Jéssica, sei bem do que se trata sentir-se incomodado por esses abusos sonoros, cometidos por pessoas mal educadas...

Vontade não falta de mandar os inconvenientes "curtirem" suas músicas discretamente, mas quem se ousa, nos dias em que vivemos?

Texto muito pertinente e atual... parabéns!

HONORATO, Sandro. disse...

Olá :)
Ai toca pagode né?
Aqui tocam Funk no meio do busão lotado :@
Odeio isso.

Beijos e tudo de bom
um ótimo fim de semana
...................
RIMAS DO PRETO

João Sarti disse...

Parabéns pelo texto, Jéssica!

Aqui em Itu tbm não usam fone de ouvido no ônibus! É cada música que pelamordedeus. Em são Paulo já fizeram a Lei que obriga a usar fone. Aqui em Itu parace que um vereador tbm vai apresentar um projeto assim logo logo!

Espero que seja logo mesmo! rsrs

Clicia Brito disse...

A campanha é engraçada... mais ao mesmo tempo é muito sério o assunto. Eu já entro no ônibus com a certeza que vou me irritar. Já pensei em comprar vários fones para quando uma pessoas fizesse uma merda dessa com toda a minha educação dar com presente um fone. Mais você sabe como eu sou não ia dar muito certo!
Saudade de você viu?
Beijos!

Isto É Uma Banana disse...

Kara, acho que o problema não é nem o tipo da música. É mais o fato de estar em um espaço público onde um idiota qualquer não respeita o próximo

Natália Rocha disse...

Um problema tão simples de se resolver, mas falta bom senso, gentileza, educação.
É ridículo a gente esperar que uma lei venha resolver isto. Que as pessoas tomem consciência e não obriguem ninguém a ouvir algo que não goste, num lugar que já não é agradável de se estar né.

Parabéns pelo texto, Jéssica!

um beeijo*

Vanessa disse...

Fone de ouvido é uma coisa tão barata! Não há justificativa para não usar! Salvem nossos ouvidos!

Inercya disse...

Ah, Jéssica, como eu te entendo. Eu passo tanto por isso e não é brincadeira. E o que eu ouço é variante, mas coisas que não prestam. Sem querer ser preconceituosa, mas já sendo, essas pessoas que ouvem música no ônibus, apesar de terem celular com mp3 (o que é comum hoje em dia, qualquer um pode ter), são de baixa renda. E isso, pelo menos aqui, não é generalização. Todos os que eu vejo o são.
Lançaram uma campanha aqui (http://migre.me/5wCyU). É até bonita, mas as pessoas fingem não ver.
Enfim, fone é barato e não estraga o auto falante do celular. Quem dera se as pessoas aderissem a essa ideia.
:*