22 de agosto de 2013

Minha arma é o fone de ouvido


O sistema hoje é tao perverso e egoísta. Vivemos correndo contra o tempo para conseguir mais um real para pagar as nossas contas que somam mais de 1 milhão. Porque para ser feliz na sociedade de hoje a gente tem que gastar dinheiro até com o pensamento, porque é cool, é ser feliz. E nessa caminhada cega para lugar nenhum a gente acaba perdendo as melhores coisas da vida: as coisas simples. Só de respirar, só de acordar mais um dia... Só de ouvir um "eu te amo" sincero, de ter para quem voltar no final da noite. Isso sim é ser feliz. E em meio a uma volta pra casa, com o ônibus cheio de gente exausta de mais um dia de trabalho, pessoas falando nada com nada, nervosas, pensativas, acabadas, uma pessoa me fez acreditar que ainda nada está perdido. Uma menina estava do meu lado, com uma camisa rosa chiclete, cabelo louro tipo amarelo bandeira do Brasil, não lembro seu rosto, nem como era, mas estava cantando bem alto e desafinado os versos de uma canção que eu já tinha escutado algum outro dia, mas que naquele momento me soou como a melhor música do mundo. Alguém naquele ônibus não estava nem aí para julgamentos, nem para o dia cansativo que deve ter passado. Estava feliz para qualquer um ver, ou nem notarem. Mas estava bem consigo mesma e isso é o que vale de verdade. O que vai ficar depois que só nos restarem os nomes. Meus fones de ouvido já estão na bolsa, amanhã eu vou cantar, até desafinado, só para ninguém se importar em olhar para mim, eu vou estar em paz.

20 de agosto de 2013

Um capuccino e um monte de palavras


O frio hoje está congelando também os meus pensamentos. Sabe quando você pensa em uma maneira de solucionar alguma coisa mas não consegue, não sai do lugar? Congelei. O cappuccino doce me fez sentir de longe o aroma de tudo que eu sonho. Por que será que não consigo, desde sempre, pensar em outra coisa a não ser em ser livre, em subir e voar com a voz da minha alma? Respiro fundo tentando apagar essas fumaças que ficam pela minha cabeça. É mania de quem, pensar tanto assim sem ao menos conseguir dizer uma palavra que faça sentindo? São tantos medos, vontades, querer, tantas coisas em tão pouco tempo, tanto tempo em tão poucas coisas... Eu nem me importo mais que minhas palavras tenham sentido, me importo somente em falar, escrever, transcrever tudo que passa por aqui. São tantas pessoas que querem nos ofuscar, nos sugar todo o encanto, nos secar e deixar só o pó. Gente que não entende que a gente ta aqui somente pra ser feliz, nem que isso seja ultrapassar qualquer barreira, sorrir sempre, mesmo que isso nos machuque. E há quem diga que não há porque ser um palhaço. Eu prefiro assim, apesar de tristezas solitárias, há sempre uma carta na manga, mesmo quando não se sabe mais para onde ir. Estou aqui, em meio a versos soltos, tortos e sem graça. Lutando contra todo o mundo e as vezes até contra mim, para manter vivo todo o encanto que uns seres jogaram sobre mim desde que nasci. Tô aqui, acreditando em tudo que me vem à mente, sentindo, ouvindo e rezando todos os dias que as coisas aconteçam do melhor jeito que precisarem acontecer.