29 de novembro de 2010

Ideologia crítica, sem disfarce

Normalmente quando se fala de ideologia, a primeira coisa que nos vem a mente é a letra da música de Cazuza: “Ideologia, eu quero uma pra viver”.
Mas o que aparece como algo benéfico pode ser também uma forma de manipulação e dominação de classes. Existem dois tipos de ideologia: a neutra e a crítica, sendo a crítica a em questão.
A ideologia crítica, de maneira mais astuta, faz de muitos da nossa sociedade, seres alienados. Tendo as “idéias” jogadas por ela como sendo verdadeiras, absorvendo-as de maneira passiva.
É uma maneira de camuflar a verdade, dando para ela uma forma bonita e bondosa.
A ideologia faz com que os efeitos sejam combatidos como causas, transformando os verdadeiros vilões em mocinhos, e aqueles que são os violentados na história toda, se transformam nos vilões.
O racismo é um grande exemplo de ideologia. Onde, se faz crer que a cor da pele, ou a nacionalidade de um ser, pode ditar que tipo de pessoa ele é. E para proteger e fortalecer a sua própria raça, não se aceita nada de diferente, de outro lugar que não seja o mesmo seu, ou algo que se assemelhe com os seus iguais.
O incrível na questão da ideologia crítica, por exemplo, é que os marginalizados da nossa sociedade estão lá por grande parte nossa. Um dos frutos da ideologia foi nos fazer crer que nascemos de um jeito e morreremos desse mesmo modo. Sendo assim, aqueles que por algum motivo estão em uma classe menos favorecida na nossa sociedade, não recebem oportunidades para que possam evoluir financeiro e socialmente. Em vez de estarmos os apoiando nesse sentido, estamos os colocando contra a parede, estamos pressionando-os, por meio da comunicação em massa, a serem como “nós”. E qual seria a alternativa, para alguém que não tem uma educação de qualidade, não consegue um emprego, que vê seus familiares passando fome, que recebe discriminação e preconceito por parte da sociedade, e ainda recebe diariamente um bombardeio da mídia dizendo que só se é bom tendo aquele produto; a não ser a vida do crime?!
A ideologia crítica nos torna seres frios e calculistas.
O pensamento no outro não se torna mais necessário, visto que, para sobreviver no nosso mundo capitalista atual, deve-se apenas ser individualista e fazer o que for necessário para subir até o topo da pirâmide. O que se faz para conseguir isso já não é tão mais relevante se você consegue atingir o seu objetivo. E é exatamente isso, a ideologia serve de escada para que se consiga alcançar o topo, o problema é que mesmo os amassados embaixo dela, não conseguem ver isso tão nitidamente. Na política, por exemplo, em quase toda a sua maioria, os políticos estão preocupados mesmo com que a ignorância do povo continue e perpetue, por isso é colocado à frente dos nossos olhos vendas bem escuras, divertimentos, copas do mundo, olimpíadas, “pão e vinho”, para que nossas mentes se dispersem e não nos interessemos por política. Essa é a ideologia deles, porque nos “distraindo” eles continuarão com suas corrupções, felizes e tranqüilos, e nós continuaremos a financiar tudo isso de todo o agrado.
Dentro da ideologia, o que não podemos esquecer é que existe a alienação, mas também existe a reflexão. E é isso que todos deveriam fazer antes de aceitar qualquer discurso como verdadeiro, qualquer “carma” como justo. E para refletir friamente sobre a nossa sociedade atual, sobre a que ponto estamos, é necessário se desvincular de toda a informação manipulada que é recebida, deve-se ler, estudar, criticar, refletir, pensar.
Talvez assim, numa sociedade de críticos, reflexivos, de ativos antes de passivos, as ideologias jogadas na nossa história sejam dissolvidas finalmente, e evaporem para bem longe de nós. E no lugar delas, surjam as ideologias neutras, as que são a busca de algo melhor, a luta pelo bom.


25 de novembro de 2010

Palavra cruzadas pra ti

Dessa vez , são somente suas essas palavras cruzadas que virão a partir do que eu sinto.
Sinto, pois é. Não acredita? Eu te entendo.
Não mereço por ti nada. Nada mesmo.
Te feri, não deixei secar suas mágoas, muito pelo contrário, as fiz vivas novamente com tão pouco tempo.
E podes até não acreditar, mas me dói muito tudo isso.
Mas não quero falar das dores, não não, não foi para isso que me coloquei diante desta tela fria para escrever para ti.
Vim para te dizer um MUITO OBRIGADA. Você foi mais do que especial, e ainda o é.
Em meio a pensamentos desvaneiados me pego tendo a certeza de que você é a pessoa certa, sabe como é?
Você é a pessoa mais racional que eu conheço mas, mesmo sendo assim, nunca deixou de acreditar nas baboseiras de menina que eu te contava. Toda aquela história de seres encantados, de ter o mar e a lua como padrinhos... Lembro como você me olhava com um certo ar curioso, e mesmo não levando muita fé naquilo tudo, fazia-se tocar pela magia que eu dizia existir. Lembra?
Ainda tenho que dizer o quão segura me faz ser, sempre. Me fez acreditar que tudo posso, que nada me feriria, você estaria lá para me salvar do que quer que fosse. Todos os planos e sonhos, e viagens lunáticas que tu fez junto a mim. E todos os risos soltos sem força, que iam e vinham como se fossem de pessoas mais felizes da Terra. O jeito sincero do seu olhar que vinha me dizer tantas coisas sem precisar pronunciar nada com a fala.
O jeito que me entendia, que conversava, discordava e me fazia ver a vida com os pés no chão.
Sinto falta da tua companhia, do teu sorriso junto do meu.
Mas acho que nem disso eu posso mais compartilhar.
Queria ter te feito a pessoa mais feliz do mundo, e acabei estragando tudo.
 A única coisa que quero que entendas, é que eu gosto de você, muito... E não queria te perder.
Queria ter a força e a capacidade de revirar tudo e te procurar por aí, te fazer entender e me perdoar pelos erros ridículos que cometi, te fazer compreender que eu preciso de você, de um jeito bonito.. um amigo. Queria ter o direito de criar leis e assim faria uma que diria para não ir.
Talvez tenha sido eu a ir embora.... mas como eu te olharia depois de ter feito sangrar teu peito, e o sangue ter manchado minhas mão?
Só queria que você soubesse que é importante pra mim, talvez não haja mais tempo, mas só queria te dizer.

13 de novembro de 2010

Cá estou, DE NOVO!

E mais uma vez cá estou. Sabe o que é isso?!
Não é possível não haver nenhum tipo de magia nisso tudo... Como é que no final, SEMPRE, paro em você? Se bem que nunca deixo de estar em você... vivo me enganando, esta é a verdade.
Você sabe, não sabe? Acho que sim... Dá para ver nos meus olhos o quão sua eu sou, o quão viajo sempre que te vejo e o quão forte é isso que está aqui.
Vejamos só... No começo, eu nem pensei em nada mais serio. Eu disse "vou ficar", nunca tinha ficado assim com ninguém, porque sempre fui do tipo de menina que só fica com quem gosta e blá blá blá. Mas você chegou para mudar todos os meus conceitos e embassar os meus sentidos. Foi só sentir seu gosto e lá estava eu, com o coração acelerado e as pernas bambas.
Quem te autorizou a me roubar assim e me deixar prisioneira? Não é errado?! Se você que roubou, porque eu estou aqui presa em você desse jeito?
Queria saber viver sem meu coração... porque tirá-lo das suas mãos me parece impossível.
E sabe o que é pior? A parte em que todos a minha volta me dizem o quanto eu gosto de sofrer. Vê se pode, alguém nesse mundo, em sã consciência, gosta de sofrer?! CLARO QUE NÃO! A questão é que o que sinto é tão lindo que até eu tenho medo de deixar de senti-lo um dia. Tolice? Sei não. E olha, eu não te culpo pelo sofrimento. Não mesmo. Não te culpo por não sentir o mesmo. Te admiro e te amo do mesmo jeito. Mas, confesso que em algumas vezes eu tive muita (mas MUITA mesmo) vontade de te xingar. Serio... Porque quando parecia que eu estava conseguindo disfarçar bem a dor que sua falta me causa sempre, você aparece e me rende de novo, e qualquer um que esteja do meu lado sofre ao ver que não importa o que façam, serei sua, e sempre que você aparecer nada mudará isso. Já que estou confessando, vou confessar mais uma coisa. Eu sempre rezava para que você aparecesse de novo e me fizesse ver mais ainda que é LOUCURA te procurar em outros corpos, eu NUNCA vou te achar em outro alguém, de você só existe um único ser, e disso eu sei muito bem.

Eu te amo tanto...  Só saiba disso.


Eu procurei em outros corpos encontrar você
Eu procurei um bom motivo pra não, pra não falar
Procurei me manter afastado mas você me conhece faço tudo errado, tudo errado
Fim de semana,eu sei lá vou viajar, vou me embalar, vou dar uma festa,
Vou tocar um putero eu vou te esquecer, nem que for, 

Só por uma noite, só por uma noite
Só por uma noite, só por uma noite


Mas só de ouvir a sua voz eu já me sinto bem
Mas se é difícil pra você tudo bem
Muita gente se diverte com o que tem .
Só de ouvir a sua voz eu já me sinto bem
Mas se é difícil pra você tudo bem
Quando gente se diverte com o que tem .

Se diverte com o que tem
Só por uma noite

Eu procurei abrir meus olhos e enxergar você
Eu procurei um bom motivo pra não, pra não estar lá
Procurei me manter afastado mas você me conhece faço tudo errado, tudo errado
Fim de semana,eu sei lá vou viajar, vou me embalar, vou dar uma festa,
Vou tocar um putero eu vou te esquecer, nem que for,


 


ps:não é um conto, dessa vez, é o que eu queria te dizer...

2 de novembro de 2010

Cara Valente



Não, ele não vai mais dobrar
Pode até se acostumar
Ele vai viver sozinho
Desaprendeu a dividir

Foi escolher o mal-me-quer
Entre o amor de uma mulher
E as certezas do caminho
Ele não pôde se entregar
E agora vai ter de pagar com o coração

Olha lá, ele não é feliz
Sempre diz
Que é do tipo cara valente
Mas, veja só
A gente sabe
Esse humor é coisa de um rapaz
Que sem ter proteção
Foi se esconder atrás
Da cara de vilão
Então, não faz assim, rapaz
Não bota esse cartaz
A gente não cai, não


-Ô mãe, tá alí aquele moço!
Lembro que sempre que o via, apontava para ele e chamava minha mãe. Não sei o que era, mas tinha algo naquele rapaz que me hipnotizava. Eu o achava o "homem dos mistérios", e ao mesmo tempo encantador! Ele estava sempre passeando pelas ruas, cheio de amigos e de mulheres, com aquele sorriso lindo no rosto.Apresentava-se como homem forte, sem dores. De longe já dava para sentir a paz e a felicidade que ele emitia pelo corpo, era incrível!
Só que hoje, dessa vez que o vi, ele não era mais o mesmo. Na verdade, eu já tinha o visto desse jeito outras vezes, mas acho que só foi por hoje que percebi de fato o que se passava.Lá estava ele, com aquele chapéu cobrindo o seu rosto, andando na imensidão daquela rua vazia, àquela hora da noite, a lua iluminava os paralelepípedos, e seu cigarro estava ao seu lado, aceso... era o que o esquentava, aposto.
-Até para ele é difícil fingir felicidade o tempo todo! - Foi o que minha mãe disse ao vê-lo passar pela nossa janela.
E foi com essas palavras atravessando a minha cabeça que eu percebi: ele não era feliz. Toda aquela marra, toda aquela festa, todo aquele sorriso... eram capa, daquelas bem grossas e reforçadas. Era o jeito que ele se protegia da vida. Me disseram uma vez que ele tinha entregado o coração para uma jovem, e tinha feito de tudo por ela, até estrelas no céu, se ela pedisse, ele iria buscar. Mas parece-me que essa tal moça não o merecia, o fez de "gato e sapato" e esnobou o seu amor e o seu coração, o deixou para trás e nem deu adeus. Foi aí então que ele decidiu por não se entregar a mais ninguém, e ao invés de procurar um amor, procurava agora, qualquer coisa que o fizesse passar o tempo e esquecer daquela dor.
Fiquei pensativa em um momento, e até a tristeza me bateu. 
Queria que aquele sorriso, e toda aquela farra, fossem exatamente o que ele sentisse, todo o tempo. Queria poder vê-lo passar pela minha janela mais vezes, feliz de verdade, sabe? De algum jeito aquele "cara valente" me fazia feliz, só de vê-lo.