31 de janeiro de 2011

Enfim, livre


É que hoje me senti tão feliz.
Sabe quando você, por meses, se sente aprisionado a um sentimento que só te faz mal?

Não é só daquele amor não correspondido que falo, mas é aquele achar que certas coisas são bacanas, que certas pessoas são o que você quer ser e sem querer você acaba perdendo o seu encanto e se deixar ser como aquelas pessoas?
Por muito tempo me importei de mais, quis ajudar demais, amei demais. Não tinha conseguido ver um palmo à minha frente. Toda a magia que eu carregava comigo estava se esvaindo e invés de ajudar aquelas pessoas eu passei a me sujar com toda a lama.
E aí, depois de um tempo, eu conseguir olhar para eles e me senti um E.T, me senti estranha, foi muito bacana.
A melhor coisa é saber que você é muito mais que aquilo, e que aquelas felicidades passageiras nunca foram para você.
"Você se contenta com pouco menina, você merece muito mais."
E é isso! Mereço muito mais e vou ter muito mais.
Por desespero, queremos a felicidade instantânea e acabamos nos perdendo por aí. Sem saber que a felicidade de verdade está ao nosso alcance, só é necessário sensibilidade para notar.
Finalmente me sinto livre de todos esses sentimentos que me aprisionavam.
Pois agora, não me importo com mais nada, o meu foco é a felicidade.

26 de janeiro de 2011

Eu o chamo de palhaço



"Lá vem por aí um palhaço que quer ser feliz,
olha ele lá, acredita que pode encantar."

( Jéssica Trabuco)


Disseram que ele era um louco, eu o chamo de artista.
Disseram que ele era um bobo, eu o chamo sonhador.
Disseram que ele só queria chamar a atenção, eu sei que ele não se importa de o notarem.
Disseram que ele reclamava de tudo, eu digo que ele só queria um mundo melhor.
Disseram que ele era até bonito, mas nem imaginam a alma dele.
O chamaram de E.T, eu o chamo de palhaço.

24 de janeiro de 2011

O cemitério de carros


Eu preciso te contar um segredo, é algo sobre mim. E olha que eu não costumo falar sobre mim assim com alguém que eu não conheço.
É que do nada, em um dia que parecia ser como todos os outros, eu abri a janela e olhei lá fora no quintal e o dia parecia tão lindo!
Eu passara semanas e mais semanas chorando por conta das feridas que deixaram no meu coração, achei que não haveria outro jeito. Mas naquele momento, eu quis que o meu dia não fosse mais um daqueles em que passei em cima daquela maldita cama com tudo fechado, olhando para o nada e contando o tic tac do relógio a cada segundo.
Quis voar.
É eu sei que é loucura, ninguém pode voar. Mas era o que eu queria. Queria me sentir livre e viva ao mesmo tempo.
Aumentei o som com aquele meu cd favorito, entrei na banheira e senti a paz que alguém no universo queria me transmitir. Nada como um banho demorado!
Escolhi aquele meu velho e companheiro jeans e um salto vermelho que eu adorava e só usava em ocasiões especiais.
Fui a minha garagem e lá encontrei a minha amiga que passeava comigo por aí quando eu era uma criança, e foi nela que eu quis correr por aí: a minha bicicleta.
Já esteve alguma vez pedalando uma bicicleta sobre campos lindos sem as mãos? Sabe qual é a sensação?!
É a melhor sensação do mundo!
Aquele vento tocando meu rosto junto com o calor do sol me ofereciam uma vida muito mais magnífica do que a que eu tinha levado por tanto tempo.
Como é que a gente não repara nessas coisas normalmente, e precisa que algo ruim aconteça pra dar valor?
Ah! Eu estava feliz como nunca antes e para completar queria ir a um lugar que era o meu favorito desde pequena.
O cemitério de carros!
Eu ia sempre com o meu pai lá, a gente entrava nos carros e ele inventava mil histórias. Nós conhecemos o mundo todo sem sair de lá. E um daqueles carros era o meu favorito, o fusquinha rosa.
Lembro-me como hoje, meu pai disse que iríamos para o Hawaí, e me mandou escolher o carro que dirigiria até chegar lá. Entrei no fusquinha e "dirigi" por uma hora no meio de mundos encantados até chegar lá e ficar vislumbrada com aquelas ondas enormes. Imaginava eu que daria para atravessar os oceanos por um carro. Ah infância!
Sentei diante do meu carro e fiquei ali aproveitando um pouco mais daquele dia que tinha me convidado a sair com ele pelo meu passado e pela felicidade que sempre esteve comigo.
É, aquela era sim uma ocasião especial.
Pareço boba pra você? Hum... eu sou é feliz.

21 de janeiro de 2011

Meu papel

Achei que conseguiria.
"Vamos Alice, é fácil! Você já fez isso antes!"
Fiquei repetindo para mim mesma ao sair de casa.
A chuva veio de repente, era como se fosse um sinal.
Mas não estragaria nada, não suportaria desistir antes mesmo de dar uns 20 passos.
Queria ter pelo menos tentado, e tentei.
Tentei, tentei e tentei.
Quando se trata da felicidade de quem a gente ama e da nossa própria mesmo, temos que fazer esforços antes de desistir.
Mas e o que fazer se no primeiro ato, na grande hora, você se sente fora de cena, e mesmo de longe não quer mais fazer parte daquele papel? E se na hora, você quer ser você....? Melhorada, é claro, porque você também não consegue mais fazer o papel tão errado que estava fazendo.
Na hora de voltar, parei na rua, sentei em um banco e vi as coisas passarem por mim, procurei uma resposta, alguma explicação.
A chuva tinha ido embora e deixado um sol estranhamente forte à cima de mim, mantive o guarda-chuva aberto.As pessoas naquele momento, pareciam andar tão frenéticas para um lado e para o outro... Todos pareciam ter combinado de usar cores escuras, não havia nenhuma cor.
Foi então que passou por mim três garotas com roupas coloridas, verde-azul-lilás, e sorrisos que iam até a testa. Elas conversavam tão animadas, gargalhadas soltas, sonhos que escapavam em cada verso.
Acompanhei-as a cada passo.
E foi aí que vi a minha resposta.
Eu tinha errado em muitas coisas, queria consertar.... mas no fim, eu gostava da Alice que eu tinha me tornado.
Era esse o meu papel principal.



14 de janeiro de 2011

O meu conto de fadas


E as vezes os seres mágicos nos mandam um dos seus para nos ajudar.
Acredite, o que relato aqui é pura verdade.
Numa bela tarde de verão, me deparei com um anjo no meu sofá.
Era um anjo tão lindo, sorriso magnífico e olhos que me deixavam ver a sua alma.
Olhos cor de mel, olhos que me hipnotizaram e não me deixaram mais desviar deles.
O anjo falava, me tocava e eu nem acreditava. Um anjo, na minha sala?!
"Se for um sonho, por favor não me acordem"
Aquele anjo disse que não acreditava em pedidos, que nós que deveríamos fazer os nossos sonhos.
Acho que naquele momento ele ainda não sabia o que era, como dizer algo assim, se eram através dos pedidos que os próprios anjos nos davam oportunidades de conseguir as coisas?
- Olha meu anjo, os pedidos são importantes, vou te ensinar a fazê-los.
- E como é?
- Bom, é uma espécie de oração aos seres que você acredita. Primeiro você fecha os olhos e faz o pedido.
Imediatamente o anjo fechou seus olhos e parecia pedir algo com muita força. De repente ele abriu os olhos me fitando e quis saber o que fazer agora.
- Agora que fez o pedido, você precisa fazer a sua parte para que ele realize, e só depois os seres encantados ajudarão a realizá-lo.
Nunca achei que viria isso, mas o anjo parecia sem graça, e tenho certeza que vi a sua pele corar. Ele tentou disfarçar, olhou para o lado, para o outro, sorriu e me beijou.
E foi tão diferente! O tempo parou e era como se eu estivesse nos mais altos dos céus.
- Engraçado - Disse o anjo. 
- O que foi?
- Beijar você é diferente.
Fiquei receosa, será que o meu beijo não foi bom para ele?
- Diferente bom ou ruim?
- Bom. É que, sei lá. Quando você beija alguém, sente o beijo. Mas com você, é como se tudo se apagasse e  eu perdesse o chão.
Beijei o anjo de novo. Será  possível ele sentir o mesmo que eu? Estava convencida de que era um sonho. Só podia ser.
O anjo tinha um encanto magnífico. Cada toque seu em mim, me fazia sentir uma felicidade familiar.
Mas era assustador, tanto tempo que ninguém nunca me tocara desse jeito, e agora, fui tocada por um anjo. Que fim isso poderia levar?
E passamos aquela tarde assim, beijos únicos, sua voz com a melodia que fez, falamos de seres encantados, e ele parecia maravilhado com todas as histórias de magia que lhe contei.
- Quando vou ver, fadas e duendes?
- Não sei, eu não posso saber. Você precisa acreditar, muito. E pedir para ver, e conseguirá.

- Você conhece fadas?
- Uhm rum. Conheço muitas por aí, mas não posso dizer quem são. Elas vivem no meio da gente, são meio hippies sabe? E estão aqui para nos fazer acreditar na magia.
Mais um beijo foi dado e o sorriso veio nos nossos rostos, alí tão de perto.
- Você é minha fadinha, é assim que vou te chamar.
A tarde passou, o anjo foi embora e não consegui parar de pensar mais em tudo aquilo.
No dia seguinte, pensei que tinha sido um sonho, mas eu continuava com o número do anjo no celular. Foi aí que criei coragem e liguei.

- Alô?
Era a mesma voz doce. Meu coração disparou.
- Anjo?
Uma pausa.
- Minha fadinha!



ps: milagres acontecem todos os dias, basta você acreditar na magia.  ;)

11 de janeiro de 2011

Para uma amiga Especial

Um anjo?
Capaz de ser
Bondade, humildade e lindo coração
É o que mostras ter,
Além de terna compaixão
Na verdade, eu queria te descrever
mas acho que isso é impossível de ocorrer
No começo era maldade,
hoje a mais pura amizade.
E cada dia mais eu posso entender,
o quanto é importante você, eu na minha vida ter
Sorrisos sinceros, palavras de conforto
e tudo de bom gosto!
Obrigada querida menina
por ser a moça malvada pequenina,
aquela que me ensinou que à cima de qualquer medo,
nossa felicidade precisa vir em primeiro.
Não sei como agradecer de tua amizade ter.
Ser mágico que veio para iluminar,
obrigada por tudo transformar.
Tudo que tocas vira ouro
e você já faz parte do meu tesouro!

10/09/2008


--------------------------------------------------------------

ps: O tempo não passa rápido, ele voa! Ainda me lembro de como escrevi esse poema, lembro o porque de cada palavrinha aí. Bom, foi em 2008! E eu fiz pra esse meu anjo que era malvado, e que virou, com certeza a minha melhor amiga. É gente, me desculpa, mas é verdade. Quem disse que a distância fala mais alto quando se tem a pessoa no coração, junto da alma? E você meu anjo, é alguém que eu preciso muito, todos os meus dias. É pra quem eu corro sempre, se estou triste, feliz, cansada, dengosa ou qualquer outra coisa. Você que sempre segura meu peso junto comigo e nunca, NUNCA mesmo, me deixa só.
Eu te amo muito, e de verdade. E sei que isso nunca mudará.

Espero um dia poder te dar o abraço mais forte do mundo e te agradecer pessoalmente por toda a magia que trouxe pra minha vida. E, inclusive, obrigada pelas caronas de cometa pelo mundo.
Estarei com você para todo o sempre, AMÉM! rs

4 de janeiro de 2011

Não podes fugir do seu próprio mundo


Vou jogar no mar flores pra te encontrar ♪♫
  ( Eu sei - Papas da Língua)

- O que você busca?
- Hoje? Aqui? Agora?
- É, todos vem aqui nessa data justamente para pedir algo, o que você quer?
- O mesmo de todo mundo: dinheiro, saúde, paz...
A garota o olhou certeiro e fez um som de decepção com os lábios. Ele não conseguia entender.
- O que tem de errado com isso? Todos aqui nessa praia fazem a mesma coisa.
- É justamente esse o problema! Os pedidos não são mais de fé, de alma sabe? São pedidos que todos fazem, é uma rotina para todos no fim do ano, e tenho certeza que assim como a maioria você nem acredita que eles podem se realizar.
Percebi que o rapaz não conseguiu segurar uma gargalhada.
- Você deveria levar mais a sério isso, sabia? 
Ela estava seria, e fiquei imaginando o porque dela levar pedidos de virada de ano tão a serio.
- E é? Por que?
- É a oportunidade que Deus e todos os seres mágicos do universo nos dão de pedir algo para eles! E se acreditarmos, se lutarmos e nos esforçarmos por isso, eles nos concederão.
Ele ficou pensativo depois do que ela disse, e confesso que eu também.
Ele estava no meu grupo de amigos, estávamos ao todo em 8, e essa garota que aparentava ter no máximo seus 18 anos, estava na praia já quando chegamos. Estava sozinha e usava um vestido branco lindo com uma coroa de flores na cabeça! Estava descalça e com rosas brancas nas mãos. Eu nunca levei tão a serio também isso de fim de ano, e aquela conversa direta para o meu amigo, que estava mais próximo a ela, mexeu muito comigo. Meu amigo saiu de perto da garota e a deixou mais próxima a mim.

10... 9... 8...

A garota mística olhou para mim, bem fundo na minha alma, me deu uma de suas rosas brancas e disse:

- Ainda há tempo de acreditar no mundo do qual você faz parte, não acha?

4... 3... 2... 1...

Fiquei paralisada! Eu sabia do que ela falara e queria saber mais, queria entender mais.
Mas a garota misteriosa já tinha ido embora, em direção do mar e sumiu.
Foi ai que, assim de repente, me vi andando diante daquele que sabia ser meu padrinho e joguei pétala por pétala daquela rosa, fazendo pedidos, e um agradecimento. 
Agradeci por terem me mandado um anjo em forma de gente para me colocar no caminho que eu nunca deveria ter saído. 
Guardiã, anjo... nem sei. Mas queria poder vê-la de novo.