O café estava forte demais, mesmo para quem queria esquecer
a noite anterior
Tudo bem que não lembro de nada depois das últimas três (3)
doses de tequilas e da minha dancinha estilo ragatanga em cima do balcão, mas
com certeza veio coisa pior.
Há cerca de um ano eu mixei à minha vida de professora
dedicada, e de pesquisadora, uma dose de tequila, música eletrônica e beijos na
boca. Está bem, rolava aquele sexo casual, mas não quero focar nele aqui.
A questão é o seguinte, são 7h da manhã de um domingo, e fui
obrigada a acordar cedo, porque logo mais tenho um congresso importante, onde
falarei de um livro; e enquanto tento acordar, aos goles desse café quase
intragável, me lembrei de como eu era tão abobadamente “feliz” com meia dúzia
de coisas, anos atrás. Era só um sorriso que me fazia me sentir corajosa
demais. Um aconchego, para me deixar em paz.
Quando foi que colocaram no nosso manual de fabricação que
precisamos de um amor desses bem fru fru para nos sentirmos completas?
Eu sentia sim.
Mas me faltava algo muito maior. Eu via tudo a minha frente,
mas não me enxergava. Quem era eu? Não sei! Apenas alguém que sonhava e sentia
demais, e esqueceu seu nome no meio da estrada. Nem as fagulhas de pão no meio
da floresta me ajudaram a me reencontrar.
E aí que está: Eu era mesmo feliz?
Todos precisamos de um amor, sim. Está mesmo no nosso manual de fabricação. Mas
o que a gente deixa passar despercebido é o seguinte: o amor maior, precisa ser
o a você mesmo. Depois disso, de se reconhecer, de se conhecer e de se entender
– de se amar e cuidar como você é feliz; aí sim poderá amar alguém
verdadeiramente, tendo, acima de tudo, um relacionamento saudável e feliz.
Porque venhamos e convenhamos: onde está o saudável em não
se amar a ponto de se deixar de lado de uma forma tão feroz que o outro, ao seu
lado, começa a perder o brilho nos olhos?
Se a gente não se amar, aprender que somos um presente
especial do papai do céu, ninguém nunca poderá nos amar, não completamente.
É uma matemática fácil: o amor por você + o amor do outro
por ele mesmo + o amor dos dois pelos dois = felicidade.
E assim, em meio a uma separação dolorosa, onde eu praticamente perdi meu
coração, vim aprendendo a me amar, a viver precisando mais de mim do que do
outro. E olha, vou te dizer, a experiência tem sido fantástica. Se amar é
diferente de egocentrismo, ta? Se respeite e ponha os pés no chão, que o resto
vem. Inclusive o amor, daquele que dizem que é para vida toda. Aí, nesse
momento, você poderá ver o outro de uma maneira melhor, e o amor fluirá de uma
maneira mágica.
T-E-N-T-E!
T-E-N-T-E!