28 de dezembro de 2010

Era uma menina...

Era uma menina...
Não não, uma quase mulher.
Menina, mulher, não sei bem, ela sempre me deixou confusa quanto a isso.
É como um misto dos dois, uma frequente evolução.
Por muito tempo eu a observei, de perto, de longe, e até mesmo quando não a via e só ouvia o que os outros diziam dos atos corajosos e fortes daquela moça.
Ela tem medo de insetos, dá para acreditar? A menina que jogava bola, que corria atrás de pipa, que tem coragem de dizer a verdade sem se importar, que enfrenta esse mundo nojento, que deixa a sua marca, corria de qualquer inseto voador.
É engraçado...
Eu costumava chamá-la de curinga. Sabe quando uma pessoa entra na sua vida e simplesmente completa o que falta, resolve o enigma e te deixa feliz por nada? É ela.
Ao mesmo tempo que me confundia toda, me deixava cheia de dúvidas e incertezas e medo de fazer algo errado.
Sabe, quando a conheci, ela era muito cabeça dura (não que tenha deixado de ser), e acho que não acreditava em outra coisa que não visse, ela era prática e racional. O tempo passou e hoje, a moça, não deixa de fazer um pedido toda vez que passa pelo mar ou vê a lua, acredita em palhaços, e que o sorriso ajuda a sarar a alma. A menina, hoje, ainda mais acredita no amor. Não só naquele de casais apaixonados, mas no amor que pode existir nas pessoas. A mulher, acredita que a música ajuda a externar o que o coração está transbordando e as palavras secas se embolam toda para falar. A moça de quem eu falo me enche de orgulho sabe? Acho que enche a todos, ela é tão teimosa, que se coloca na cabeça que precisa conquistar algo, luta, luta e vai atrás. Seus sonhos, não são só sonhos, são projetos que um dia eu sei que ela conseguirá alcançar.
Mas aí, no meio disso tudo, ela deixa que projetos alheios a transforme em proprietária deles. Ela é forte sabe? Muito... Mas, o que ela esquece de deixar todos verem, é que ela é HUMANA. Assim, de carne, osso e coração, como todos os outros. E acaba fugindo, pra longe... Deixando para trás coisas que tanto ama, por achar que melhor será depois que o tempo passe e as pessoas não lembrem mais, principalmente ela.
Seus olhos cor d’água escondem histórias que poucos sabem desvendar, e aquele seu sorriso lindo cor de estrela as vezes disfarça o que a boca não pode falar.
Ô menina, linda mulher. Vive, ama, corre esse mundo afora, aprende as coisas que todo mundo procura e volta! Vem me dizer.
Cê sabe ô moça, não importa o tempo, o que aconteça, a sua Terra vai te chamar de novo e aqueles que te deram um pedaço de alma precisarão de ti.
Ei! Vem cá, me conta dos teus medos, será segredo, e sei que um dia iremos nos reencontrar e você me dirá que tudo foi lindo, e você está pronta para mais o que vier.
Ah minha menina, o que eu faço? Não importa aonde vás, não importa teu paço, seguirei no mesmo compasso.
Já viu artista sem inspiração? Dá não meu anjo. Então volta de pressa, pra que eu possa escrever de novo, e falar do socorro que tu me deste desde o dia em que te vi.
E toma, leva isso consigo, meu coração junto com um pouco da minha alma, enfeitados com a minha força, esperança e um pouco do encanto de artista que ainda me resta.
A estrada nunca acaba, sabe? Mas a menina-mulher, a moça dos olhos mais lindos que já conheci, sabe exatamente em que ponto quer chegar, e eu sei, que por mais que demore ela voltará.
Porque é assim que está escrito, lá no céu, com as estrelas.
O curinga precisa completar outros jogos, e aí ele poderá, finalmente ganhar o seu...
Pra sempre!


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Não tem noção de quanto difícil pra mim é colocar esse texto hoje, colocando essa foto dessa mocinha aí.
Ah meu curinga, você e nem ninguém tem noção nenhuma do quanto está me doendo tudo isso. Não tem noção de como eu queria ter ido lá hoje para te dar um abraço e te dizer tudo que eu ainda tenho pra dizer. Mas tem noção de como sangraria te dizer adeus? Saber que você vai embora assim?
Não não, prefiro que nós duas nos lembremos naquele dia andando pela praia à tarde, falando besteiras, completando a frase uma da outra, sorrindo, sorrindo...
Eu vou estar rezando e olhando por você. Falarei para todos os seres encantados do universo que te cuidem e te protejam de tudo, e a lua e o mar irão abençoar e guiar seu caminho para sempre.
Eu te amo MUITO minha menina, e vai ser assim para sempre.
Já estou sangrando e sufocando de saudades... e vai ser pior cada dia.
Fica com os anjos e PELO AMOR DE DEUS se cuide.
Estarei aqui te esperando, ou talvez eu vá lá te buscar em cima de um cometa ( que eu pegarei emprestado do meu anjinho italiano) e iremos dar uma volta no planeta.
Um beijo e um abraço sufocante do seu eterno palhaço.



19 de dezembro de 2010

J.A.Í
                                                                              (de baixo para cima: Amanda, Isis e eu)

Era uma vez uma pedra divina.
Essa pedra era dividida em duas partes: razão e emoção. Até que em um belo dia um anjo do mais elevado grau celestial achou de jogar a pedra lá de cima dos céus para cá embaixo na Terra.
Com a pancada, a pedra dos céus se dividiu em três.
Um pedaço ficou por quase todo roxo – a cor da emoção. E era sonhadora, fantasiosa, acreditava nos homens, era boba, besta, ingênua, inocente e vivia se metendo em encrenca. Um pedaço era por quase todo verde e era parecido com o outro que era quase todo azul. Esses dois pedaços eram quase iguais. Eram fortes, corajosos, verdadeiros, amigos, leais, as vezes brabos, mas sempre doces. Eram realistas e com a queda dos céus passaram a desconfiar de tudo e de todos.
Os três pedaços por algum tempo ficaram perdidos um do outro e sem memória, e conseguir se sentir completo era difícil para eles três.
Foi então que em um “Campo Grande” os três se reencontraram e sabiam que de alguma forma faziam parte um do outro.
Só juntos, os três, como um tripé, conseguiam caminhar e tomar decisões corretas. Quando juntos, se sentiam seres diferentes e especiais, mas esqueceram de que desde a queda eram pedras coloridas, eram encantadas e especiais por elas mesmas, só que juntas brilhavam ainda mais.
Na verdade, essas três pedras eram partes de uma só alma. Anjos que desceram dos céus para de algum jeito dá uma nova esperança para alguns da terra.
E só juntos, os três anjos, se completavam e enfim concluíam o seu objetivo: fazer o outro feliz.
Sabe como a pedra dos céus se chamava? J.A.Í*

*J.A.Ì são as iniciais de Jéssica, Amanda e Isis.

ps: Esse texto eu fiz para dar de presente de aniversário para as minhas melhores, Isis e Amanda, que por tudo menos coincidência, nasceram no mesmo dia. 
Amo vocês, minhas melhores. Agora e pra sempre ♥

16 de dezembro de 2010

VENHA VÊ ZÉ!



VENHA VÊ ZÉ, NÃO É O JOAO?
AQUELE MENINO QUE ANDAVA DESCALÇOS E CATAVA GARRAFAS NO CHÃO?
QUE O MUNDO DEIXOU MARGINALIZADO POR ACHAREM QUE A COR QUE PINTA A PELE DIZ A COR DA ALMA E DO CORAÇÃO?
VEM VÊ ZÉ, ELE VOLTOU!
TRAZENDO COM ELE A MAGIA DO AGÔGÔ, OS SABORES DO DÊNDÊ, E A BATIDA DOS TAMBORES QUE FAZ A TERRA TREMER.
SABE AQUELE TIDO CARNAVAL? O SAMBA VEIO COM ELE, A GINGA E A ALEGRIA DE VIVER.
VEM VÊ ZÉ COMO ELE ESTÁ LINDO.
PARECE QUE NADA MAIS O CONSEGUE ATINGIR, E AQUELAS PEDRAS QUE JOGARAM NO CAMINHO DELE O AJUDARAM PARA SEU CASTELO CONSTRUIR.
COMO É QUE PODE NÉ ZÉ! AS PESSOAS NÃO ENTENDEREM A MAGIA QUE VEIO COM A MARÉ! NÃO ENTENDEREM A ESTUPIDEZ DE SE MALTRATAR ALGUÉM, SÓ PORQUE VEIO DE LONGE OU QUE SEUS PÉS SÃO DE OUTRA COR. Ô ZÉ... COMO É ISSO? PESSOAS IGUAIZINHAS SE ACHAREM DE OUTRO NÍVEL?
DÁ PRA ENTENDER?! JULGAR ALGUÉM QUE NEM CONHECE PELO QUE PODERIA SER?
EU NÃO SEI NÃO VIU ZÉ, ISSO PRA MIM É COISA QUE NEM É DE SER HUMANO, PORQUE ME DISSERAM QUE SER HUMANO PENSA, E BIXO ASSIM, QUE DISCRIMINA PELO DIFERENTE, PENSA É?
SERÁ QUE ELE NÃO VÊ QUE É A MISTURA DE CORES E RAÇAS QUE FAZ A VIDA SE ESTABELECER?
AH ZÉ, ELES DEVIAM MESMO ERA AGRADECER PELO TANTO DE COISAS QUE O MENINO VEIO NOS TRAZER. MAS SABE, EU ACHO QUE NEM ELES MESMOS SABEM QUE TEM TANTA COISA QUE ELES GOSTAM E ADIMIRAM QUE VEM COM ELE.
MAS É HIPOCRIZIA NÉ ZÉ? AINDA TEM UNS QUE DIZEM QUE NÃO SE IMPORTAM COM ISSO, QUE NÃO DISCRIMINAM POR NADA, MAS NA HORA DO VAMO VÊ É O BRANQUINHO QUE VÃO SEMPRE ESCOLHER.
SÓ QUERIA ZÉ QUE ELES ENCHERGASSEM DIREITO, SABE?
TANTA COISA QUE O MENINO JÁ FEZ E AINDA FAZ, MAIS ATÉ DO QUE MUITOS OUTROS!
PORQUE O MENINO SOFREU DISCRIMINAÇÃO MAS LUTOU E VENCEU, E AQUELES QUE SE RENDEM E SE DEIXAM CORROMPER MESMO TENDO TODA A LIBERDADE PRA VIVER?
OLHA LÁ ZÉ, SABE O QUE É MAIS ENGRAÇADO? MESMO SENDO TÃO DISCRIMINADO O JOÃO AINDA ACREDITA QUE MELHOR ELES PODEM VIR A SER.
O JOÃO, O MENINO NEGRO DOS PÉS DESCALÇOS, É REPRESENTANTE DOS VÁRIOS QUE VIERAM PRA VIDA VIVER, PORQUE ESSE NEGÓCIO DE SOFRER NÃO É PRA NINGUÉM. ELES VIERAM MESMO FOI ACRESCENTAR, ENRIQUECER E CELEBRAR A NOSSA VIDA!         

10 de dezembro de 2010

Ontem era uma menina...


Ontem era uma menina que acreditava que nunca poderia ser machucada, hoje vive carregando a dor da perda.
Ontem acreditava que o mundo era tão bom e as pessoas não tinham maldade, hoje ela sabe o que é traição, maldade e falsidade.
Ontem ela sorria a toa, hoje ela luta para manter o sorriso
Ontem ela desejou a morte, hoje ela luta pela sua sobrevivência
Ontem seu mundo era pequeno e seus sonhos eram tão objetivos, hoje ela quer dar o seu melhor, quer o que nunca teve e corre atrás.
Ontem ela tinha vários amigos, hoje apenas cabem em uma mão.
Ontem ela enfrentou seus medos e seus monstros sozinha, hoje ela luta também pelas pessoas que estão ao seu lado.
Ontem ela pensava em se casar e ter filhos, hoje ela prefere viver apenas na companhia de seu único cachorro.
Ontem ela desistia porque era tão pequena e frágil, hoje ela tropeça, levanta e continua lutando pelo seus desejos e sonhos...
Ontem ela era apenas uma menina, hoje ela já é uma mulher. 

Isis Purificação (@ispurificacao)


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Oi gente, tudo bom?
Esse post de hoje foi um texto da minha irmã Isis, ele estava salvo no meu pc, e hoje, por um acaso o achei e resolvi colocar aqui, porque hoje, ele está a minha cara.
Essa na foto sou eu, e esse dia doi meu aniversário de 18 anos.
Queria agradecer pelos comentários e visitas, tanto dos blogueiros amigos antigos, quanto dos novos. É sempre bom saber o que vocês acharam do texto.
Queria fazer um pequeno apelo aqui também, rs. No post anterior, eu recebi um comentário lindo de um "anônimo", peço aqui, encarecidamente que este se pronuncie e mate essa minha curiosidade. rs
Obrigada!

@jessicatrabuco

5 de dezembro de 2010

03 de dezembro de 2010



Ah.. eu precisava escrever
00:03 e eu estou me sentindo vazia..
É saudade! Saudade de alguém que nem sei quem é. 
Saudade de viver um amor, de sentir que sou a coisa mais importante na vida de alguém.
Vontade de sentir falta de ar ao passar um dia sem ver a razão da vida.
Vontade de ter alguém pra quem ligar nessas madrugadas onde sinto medo e frio, sozinha. De ir correndo para um colo e me sentir a mais segura.
Saudade do amor. Daquele que a gente sente e recebe em troca com um sorriso fascinante e olhos que brilham mais que estrelas.
Saudade de sentir aquele turbilhão de coisas ao beijar alguém, da mão suar, de ficar fria, de se arrepiar e se sentir feliz, leve e livre de qualquer condição.
Vontade de sair por aí de mãos dadas e nem ligar para o que as pessoas vão dizer ao olhar a minha cara de boba.
Ah vontade! Vontade de amor, de amar.
De acordar e sentir teu cheiro no travesseiro, de ouvir aquela música e te ligar pra dizer que lembrei de vc.
Coisas bobas, sabe? Que só gente apaixonada sabe fazer.

2 de dezembro de 2010

A menina do armário

Lá está ela, mais uma vez caminhando para aquele armário.
Era um armário grande, aparentemente feito de uma madeira bem firme, era como se nada pudesse tocá-lo, quebrá-lo... atingi-lo.
Há muito tempo eu a observava, ela sempre abria aquela porta pesada e entrava naquele armário. Não sei bem, mas ela ali, era como se nada pudesse tocá-la também, nada poderia atingi-la.
- Por que se trancar naquele armário se o mundo aqui fora te deixa ser livre?
Perguntei diversas vezes àquela menina de cabelos vermelhos, mas ela não me respondia. Olhava perdida para o nada, as vezes uma lágrima descia, mas nunca me respondeu absolutamente nada.
Um dia, enquanto eu estava distraída, a menina do armário pegou na minha mão e me levou junto com ela para o seu grandioso quartel. Confesso que fiquei um pouco receosa, mas a curiosidade de saber o que tinha lá dentro me fez seguir.
Assim que adentrei naquela fortaleza fiquei espantada. Lá dentro parecia haver um mundo bem diferente do que a sua forma antiga lhe lembrava. Era um mundo colorido, sensível e encantado. 
-Lá fora não há liberdade, na verdade, liberdade não existe. Me tranco aqui, nessa grande fortaleza, para ninguém tentar me machucar, para ninguém me ferir. Aqui é mais seguro que lá fora. É mais seguro verem as portas pesadas e indestrutíveis desse armário, do que perceberem que ele na verdade é sensível, como eu.
Fiquei encucada com o que a menina me falou.
Ela usava aquele armário de armadura e tenho certeza que quase ninguém entendia o significado de estar naquele armário tantas vezes.
O que sei, menina do armário, é que o mundo é mesmo muito cruel, mas de qualquer jeito temos que aprender a viver aqui fora também, talvez "alguns alguéns" te mostrem que do lado de cá também dá pra se mostrar e viver feliz, mesmo que com uma liberdade inventada.
Sabe o amor? Pois é...




Oii :) 
Hoje eu fiz esse post inspirada em uma conversa no twitter... Eu (@jessicatrabuco) e a @JamRibeiro26 estavamos abuzando nossa amiga @JucyMorissette. Ela foi arrumar o armário, e pronto! Nossas mentes maléficas e que trabalham rápido começaram a funcionar, surgiu o apelido #MENINADOARMARIO e o post, que vamos ser sinceros, está fofinho não é?
Espero que gostem e entendam o que realmente quis dizer com ele. Essa aí na foto é a homenageada :)
Um beijo grande, e obrigada por estarem sempre comigo.

ps: espero que não me mate @JucyMorissette ! s2


29 de novembro de 2010

Ideologia crítica, sem disfarce

Normalmente quando se fala de ideologia, a primeira coisa que nos vem a mente é a letra da música de Cazuza: “Ideologia, eu quero uma pra viver”.
Mas o que aparece como algo benéfico pode ser também uma forma de manipulação e dominação de classes. Existem dois tipos de ideologia: a neutra e a crítica, sendo a crítica a em questão.
A ideologia crítica, de maneira mais astuta, faz de muitos da nossa sociedade, seres alienados. Tendo as “idéias” jogadas por ela como sendo verdadeiras, absorvendo-as de maneira passiva.
É uma maneira de camuflar a verdade, dando para ela uma forma bonita e bondosa.
A ideologia faz com que os efeitos sejam combatidos como causas, transformando os verdadeiros vilões em mocinhos, e aqueles que são os violentados na história toda, se transformam nos vilões.
O racismo é um grande exemplo de ideologia. Onde, se faz crer que a cor da pele, ou a nacionalidade de um ser, pode ditar que tipo de pessoa ele é. E para proteger e fortalecer a sua própria raça, não se aceita nada de diferente, de outro lugar que não seja o mesmo seu, ou algo que se assemelhe com os seus iguais.
O incrível na questão da ideologia crítica, por exemplo, é que os marginalizados da nossa sociedade estão lá por grande parte nossa. Um dos frutos da ideologia foi nos fazer crer que nascemos de um jeito e morreremos desse mesmo modo. Sendo assim, aqueles que por algum motivo estão em uma classe menos favorecida na nossa sociedade, não recebem oportunidades para que possam evoluir financeiro e socialmente. Em vez de estarmos os apoiando nesse sentido, estamos os colocando contra a parede, estamos pressionando-os, por meio da comunicação em massa, a serem como “nós”. E qual seria a alternativa, para alguém que não tem uma educação de qualidade, não consegue um emprego, que vê seus familiares passando fome, que recebe discriminação e preconceito por parte da sociedade, e ainda recebe diariamente um bombardeio da mídia dizendo que só se é bom tendo aquele produto; a não ser a vida do crime?!
A ideologia crítica nos torna seres frios e calculistas.
O pensamento no outro não se torna mais necessário, visto que, para sobreviver no nosso mundo capitalista atual, deve-se apenas ser individualista e fazer o que for necessário para subir até o topo da pirâmide. O que se faz para conseguir isso já não é tão mais relevante se você consegue atingir o seu objetivo. E é exatamente isso, a ideologia serve de escada para que se consiga alcançar o topo, o problema é que mesmo os amassados embaixo dela, não conseguem ver isso tão nitidamente. Na política, por exemplo, em quase toda a sua maioria, os políticos estão preocupados mesmo com que a ignorância do povo continue e perpetue, por isso é colocado à frente dos nossos olhos vendas bem escuras, divertimentos, copas do mundo, olimpíadas, “pão e vinho”, para que nossas mentes se dispersem e não nos interessemos por política. Essa é a ideologia deles, porque nos “distraindo” eles continuarão com suas corrupções, felizes e tranqüilos, e nós continuaremos a financiar tudo isso de todo o agrado.
Dentro da ideologia, o que não podemos esquecer é que existe a alienação, mas também existe a reflexão. E é isso que todos deveriam fazer antes de aceitar qualquer discurso como verdadeiro, qualquer “carma” como justo. E para refletir friamente sobre a nossa sociedade atual, sobre a que ponto estamos, é necessário se desvincular de toda a informação manipulada que é recebida, deve-se ler, estudar, criticar, refletir, pensar.
Talvez assim, numa sociedade de críticos, reflexivos, de ativos antes de passivos, as ideologias jogadas na nossa história sejam dissolvidas finalmente, e evaporem para bem longe de nós. E no lugar delas, surjam as ideologias neutras, as que são a busca de algo melhor, a luta pelo bom.


25 de novembro de 2010

Palavra cruzadas pra ti

Dessa vez , são somente suas essas palavras cruzadas que virão a partir do que eu sinto.
Sinto, pois é. Não acredita? Eu te entendo.
Não mereço por ti nada. Nada mesmo.
Te feri, não deixei secar suas mágoas, muito pelo contrário, as fiz vivas novamente com tão pouco tempo.
E podes até não acreditar, mas me dói muito tudo isso.
Mas não quero falar das dores, não não, não foi para isso que me coloquei diante desta tela fria para escrever para ti.
Vim para te dizer um MUITO OBRIGADA. Você foi mais do que especial, e ainda o é.
Em meio a pensamentos desvaneiados me pego tendo a certeza de que você é a pessoa certa, sabe como é?
Você é a pessoa mais racional que eu conheço mas, mesmo sendo assim, nunca deixou de acreditar nas baboseiras de menina que eu te contava. Toda aquela história de seres encantados, de ter o mar e a lua como padrinhos... Lembro como você me olhava com um certo ar curioso, e mesmo não levando muita fé naquilo tudo, fazia-se tocar pela magia que eu dizia existir. Lembra?
Ainda tenho que dizer o quão segura me faz ser, sempre. Me fez acreditar que tudo posso, que nada me feriria, você estaria lá para me salvar do que quer que fosse. Todos os planos e sonhos, e viagens lunáticas que tu fez junto a mim. E todos os risos soltos sem força, que iam e vinham como se fossem de pessoas mais felizes da Terra. O jeito sincero do seu olhar que vinha me dizer tantas coisas sem precisar pronunciar nada com a fala.
O jeito que me entendia, que conversava, discordava e me fazia ver a vida com os pés no chão.
Sinto falta da tua companhia, do teu sorriso junto do meu.
Mas acho que nem disso eu posso mais compartilhar.
Queria ter te feito a pessoa mais feliz do mundo, e acabei estragando tudo.
 A única coisa que quero que entendas, é que eu gosto de você, muito... E não queria te perder.
Queria ter a força e a capacidade de revirar tudo e te procurar por aí, te fazer entender e me perdoar pelos erros ridículos que cometi, te fazer compreender que eu preciso de você, de um jeito bonito.. um amigo. Queria ter o direito de criar leis e assim faria uma que diria para não ir.
Talvez tenha sido eu a ir embora.... mas como eu te olharia depois de ter feito sangrar teu peito, e o sangue ter manchado minhas mão?
Só queria que você soubesse que é importante pra mim, talvez não haja mais tempo, mas só queria te dizer.

13 de novembro de 2010

Cá estou, DE NOVO!

E mais uma vez cá estou. Sabe o que é isso?!
Não é possível não haver nenhum tipo de magia nisso tudo... Como é que no final, SEMPRE, paro em você? Se bem que nunca deixo de estar em você... vivo me enganando, esta é a verdade.
Você sabe, não sabe? Acho que sim... Dá para ver nos meus olhos o quão sua eu sou, o quão viajo sempre que te vejo e o quão forte é isso que está aqui.
Vejamos só... No começo, eu nem pensei em nada mais serio. Eu disse "vou ficar", nunca tinha ficado assim com ninguém, porque sempre fui do tipo de menina que só fica com quem gosta e blá blá blá. Mas você chegou para mudar todos os meus conceitos e embassar os meus sentidos. Foi só sentir seu gosto e lá estava eu, com o coração acelerado e as pernas bambas.
Quem te autorizou a me roubar assim e me deixar prisioneira? Não é errado?! Se você que roubou, porque eu estou aqui presa em você desse jeito?
Queria saber viver sem meu coração... porque tirá-lo das suas mãos me parece impossível.
E sabe o que é pior? A parte em que todos a minha volta me dizem o quanto eu gosto de sofrer. Vê se pode, alguém nesse mundo, em sã consciência, gosta de sofrer?! CLARO QUE NÃO! A questão é que o que sinto é tão lindo que até eu tenho medo de deixar de senti-lo um dia. Tolice? Sei não. E olha, eu não te culpo pelo sofrimento. Não mesmo. Não te culpo por não sentir o mesmo. Te admiro e te amo do mesmo jeito. Mas, confesso que em algumas vezes eu tive muita (mas MUITA mesmo) vontade de te xingar. Serio... Porque quando parecia que eu estava conseguindo disfarçar bem a dor que sua falta me causa sempre, você aparece e me rende de novo, e qualquer um que esteja do meu lado sofre ao ver que não importa o que façam, serei sua, e sempre que você aparecer nada mudará isso. Já que estou confessando, vou confessar mais uma coisa. Eu sempre rezava para que você aparecesse de novo e me fizesse ver mais ainda que é LOUCURA te procurar em outros corpos, eu NUNCA vou te achar em outro alguém, de você só existe um único ser, e disso eu sei muito bem.

Eu te amo tanto...  Só saiba disso.


Eu procurei em outros corpos encontrar você
Eu procurei um bom motivo pra não, pra não falar
Procurei me manter afastado mas você me conhece faço tudo errado, tudo errado
Fim de semana,eu sei lá vou viajar, vou me embalar, vou dar uma festa,
Vou tocar um putero eu vou te esquecer, nem que for, 

Só por uma noite, só por uma noite
Só por uma noite, só por uma noite


Mas só de ouvir a sua voz eu já me sinto bem
Mas se é difícil pra você tudo bem
Muita gente se diverte com o que tem .
Só de ouvir a sua voz eu já me sinto bem
Mas se é difícil pra você tudo bem
Quando gente se diverte com o que tem .

Se diverte com o que tem
Só por uma noite

Eu procurei abrir meus olhos e enxergar você
Eu procurei um bom motivo pra não, pra não estar lá
Procurei me manter afastado mas você me conhece faço tudo errado, tudo errado
Fim de semana,eu sei lá vou viajar, vou me embalar, vou dar uma festa,
Vou tocar um putero eu vou te esquecer, nem que for,


 


ps:não é um conto, dessa vez, é o que eu queria te dizer...

2 de novembro de 2010

Cara Valente



Não, ele não vai mais dobrar
Pode até se acostumar
Ele vai viver sozinho
Desaprendeu a dividir

Foi escolher o mal-me-quer
Entre o amor de uma mulher
E as certezas do caminho
Ele não pôde se entregar
E agora vai ter de pagar com o coração

Olha lá, ele não é feliz
Sempre diz
Que é do tipo cara valente
Mas, veja só
A gente sabe
Esse humor é coisa de um rapaz
Que sem ter proteção
Foi se esconder atrás
Da cara de vilão
Então, não faz assim, rapaz
Não bota esse cartaz
A gente não cai, não


-Ô mãe, tá alí aquele moço!
Lembro que sempre que o via, apontava para ele e chamava minha mãe. Não sei o que era, mas tinha algo naquele rapaz que me hipnotizava. Eu o achava o "homem dos mistérios", e ao mesmo tempo encantador! Ele estava sempre passeando pelas ruas, cheio de amigos e de mulheres, com aquele sorriso lindo no rosto.Apresentava-se como homem forte, sem dores. De longe já dava para sentir a paz e a felicidade que ele emitia pelo corpo, era incrível!
Só que hoje, dessa vez que o vi, ele não era mais o mesmo. Na verdade, eu já tinha o visto desse jeito outras vezes, mas acho que só foi por hoje que percebi de fato o que se passava.Lá estava ele, com aquele chapéu cobrindo o seu rosto, andando na imensidão daquela rua vazia, àquela hora da noite, a lua iluminava os paralelepípedos, e seu cigarro estava ao seu lado, aceso... era o que o esquentava, aposto.
-Até para ele é difícil fingir felicidade o tempo todo! - Foi o que minha mãe disse ao vê-lo passar pela nossa janela.
E foi com essas palavras atravessando a minha cabeça que eu percebi: ele não era feliz. Toda aquela marra, toda aquela festa, todo aquele sorriso... eram capa, daquelas bem grossas e reforçadas. Era o jeito que ele se protegia da vida. Me disseram uma vez que ele tinha entregado o coração para uma jovem, e tinha feito de tudo por ela, até estrelas no céu, se ela pedisse, ele iria buscar. Mas parece-me que essa tal moça não o merecia, o fez de "gato e sapato" e esnobou o seu amor e o seu coração, o deixou para trás e nem deu adeus. Foi aí então que ele decidiu por não se entregar a mais ninguém, e ao invés de procurar um amor, procurava agora, qualquer coisa que o fizesse passar o tempo e esquecer daquela dor.
Fiquei pensativa em um momento, e até a tristeza me bateu. 
Queria que aquele sorriso, e toda aquela farra, fossem exatamente o que ele sentisse, todo o tempo. Queria poder vê-lo passar pela minha janela mais vezes, feliz de verdade, sabe? De algum jeito aquele "cara valente" me fazia feliz, só de vê-lo.

22 de outubro de 2010

15 de novembro de 2009


Eu nunca fui boa com essas coisinhas.
Sempre me dei bem com palavras.
Mas desenhos? Ah.. desenhos!
Nunca achei que serviria para ser como aqueles românticos.
Florzinhas e corações, ver o mundo cor de rosa!
Dá para acreditar?!
Foi aí que eu, a menina das palavras, perdi a fala com um simples olhar, falei de amor e escrevi poesias.
O meu mundo? Multicolorido.
Fui mais boba "que o palhaço do circo vostoque".
O amor foi embora mas a poesia ficou.
Vi que o amor não é só daqueles de um casal apaixonante.
E independente da dor de outrora, ele vai renascer.
E sigo vivendo, com a poesia de alguém.
Sei falar de amor, da dor e meu mundo continua com cor.
Quem diria, que aquela menina das palavras, um dia perderia a fala.



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E aí meu povo, tudo bem? Ah.. esse texto é antigo... de 15/11/2009, lembro exatamente em que situação escrevi ele, e é engraçado me deparar com ele agora. Achei-o na arrumação para a casa nova. Tudo deve ter um motivo não é mesmo?
Obrigada pelos comentários, vocês são sempre uns fofos... Vou agora dar uma olhadinha no que vocês escrevem ;)
Beijo....

@jessicatrabuco

16 de outubro de 2010

Seguir em frente



E se for saí por aí, não se preocupe com o que vão dizer sobre a estrada que escolheu.

Só você sabe e entende a magia de pisar na terra que tu escolhestes, de olhar e ver ao redor os seres encantados que se sente bem em estar perto.
Não, eles não vão entender.
quem é como você saberá, e seres assim são muito raros.
Não se preocupe com o pré julgamento de alguns, eles não sabem o que significa esse amor, não entendem porque você não pode amá-los assim também, como se o amor fosse algo que a gente pudesse escolher por quem sentir.
Siga seu caminho, vá em frente, que a felicidade está no meio do caminho e andará contigo lado a lado.


@jessicatrabuco

9 de outubro de 2010

"Natasha"

"Dezessete anos e fugiu de casa
Às sete horas da manhã do dia errado
Levou na bolsa umas mentiras pra contar
Deixou pra trás os pais e namorado
Um passo sem pensar
Um outro dia, um outro lugar.
Pelo caminho garrafas e cigarros
Sem amanhã por diversão roubava carros
Era Ana Paula agora é Natasha
Usa salto quinze e saia de borracha
Um passo sem pensar
Um outro dia, um outro lugar.
O mundo vai acabar
E ela só quer dançar"
(Natasha - Capital Inicial)





Era ela mesma, aquela mesma menininha que você ensinou a andar, falar, correr e até mesmo a andar de bicicleta.
Aquela para quem você contou histórias, que te fez chorar à primeira vez que a viu.
A que te mostrou que o amor é muito maior do que se passa nos filmes.
Aquela que você queria que fosse perfeita, a que você fez planos e ensinou as coisas que você achava que era mais certo.
A menina que você colocou na aula de balé, no curso de francês e ensinou a desfilar.
Aquela que não cometeria os mesmos erros que você, a que seria perfeita.
Mas aí, a menina cresceu, e assim como você, fez suas próprias escolhas
E decidiu sair por aí, correr o mundo à fora
Antes ser um forasteiros que um robô.



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Nota: Desde que acordei hoje pensei em construir algum texto que fosse relacionado à essa música de Capital Inicial. Sempre me senti muito à vontade ao ouví-la. E aí, saiu esse texto, que, não sei o motivo real, mas me parece ter saído da alma. Gostei dele, não sei vocês... rs
Queria saber se tem alguém interessado em escrever em um outro blog, preciso de alguém para escrever semanalmente. Alguém? rs..
Um bom fim de semana para todos vocês, um beijo cheio de dêndê :)

@jessicatrabuco


3 de outubro de 2010

Esperando


Era uma rua vazia, assim como eu naquela varanda sozinha
Eram 2h ou 3h da manhã e mais uma vez eu estava lá
Não sabia o que me tirava toda noite da cama e me fixava naquele cantinho da minha casa, pensativa, reflexiva, como se estivesse esperando algo acontecer
Era quase sufocante ficar deitada enquanto eu via lá no céu a lua e as estrelas a brilhar, ouvia o vento passar e sentia aquele frio passando e arrepiando a minha pele
Dentro do quarto eu deixava aquela mesma música tocando, aquela que você me mandou logo após que nos conhecemos...
É... talvez eu soubesse sim o que me levava àquela mesma varanda todo dia... era a esperança de te ver passar por lá de novo, assim como daquelas vezes que você jogava aquela pedrinha na varanda e gritava no meio da noite que precisava me ver, que estava com saudade e que me amava, junto com aquelas rosas de plástico na suas mãos.
Rosas de plástico! Custei a entender o por quê de você me dar elas... de plástico?! Ah... mas você sempre me surpreendeu e me mostrou algo diferente. Você mesmo me explicou quando viu minha cara de assustada: "Não queria te entregar algo que morresse, por isso de plástico, é só um símbolo do meu amor, estará sempre aqui."
Mas você foi embora, foi para longe, e já não sei quando voltará.
É claro, não poderia impedir que você fosse atrás do seu sonho, dos seus estudos, da sua estabilidade. Mas, queria ter sido mais egoísta, porque você se foi e levou contigo o que me fazia respirar. E já nem sei mais acordar sem sentir a sua respiração perto da minha, e olhar nos seus olhos castanhos avermelhados tão magnificamente simples... Assim como suas palavras, que eram sempre ditas na hora exata, ou então aquela sua gargalhada estrondosa que por vezes me fez corar quando estávamos no meio de um restaurante ou na última sessão do cinema.
Já fazia uma semana, pode parecer pouco para qualquer outro ser, mas para mim, uma mulher amante e apaixonada, parecia uma eternidade, e eu ainda não acreditava.
Dei mais uma tragada no meu cigarro, e lembrei de quando você roubava ele no final e jogava longe só para me ver irritada, sorri sozinha e fechei a porta da varanda.
Desliguei o som, tirei as sandálias e deitei, pedindo a Deus para te trazer de volta logo.
Fechei os olhos.
Toc Toc
Acordei assustada com um barulho vindo da minha janela, corri para varanda de novo, e mal acreditei quando te vi alí debaixo, com aquela rosa na mão.
Sorri feliz de novo, sem entender...
"O que está fazendo aí?"
"Voltei, não consegui"
"Não conseguiu o quê?"
"Viver sem meu ar, sem minha vida"
Tenho certeza que minha cara foi a mais boba do mundo
"Deixa eu entrar, estou com saudade de você meu amor, te amo"
É, Deus ouviu minhas orações, mais rápido do que eu imaginava.


24 de setembro de 2010

Meu serzinho de cabelos vermelhos


...Aonde for, não quero dor

Eu tomo conta de você ♪♫

Um dia desses eu andava muito triste

Pra conseguir algo que eu queria tanto,

Acabei perdendo um mundo inteiro,

E naquele instante parecia não ter valido à pena.

Eu estava só

Foi aí, que nesse mesmo dia eu resolvi me importar menos com isso e cantar.

Cantei. E sentado à minha frente, havia um ser diferente,

Cabelos vermelhos, um olhar profundo e um interesse um tanto aparente

Aos poucos aquele ser se aproximou e a cada minuto que passava ao seu lado,

Era como se eu estivesse em um parque de diversões

Sabe quando a gente se depara com aqueles brinquedos e ficamos encantados?

Encantados com as cores, com a magia e ao mesmo tempo ansiosos para ver o que ele tem a nos mostrar?

E no fim de cada passagem a gente se sente alegre e com o estômago embrulhado?

Pois então... frio na barriga, olhos brilhando, sorriso estampado no rosto, felicidade e paz, era tudo isso que eu sentia em proporções cada vez maiores junto do meu serzinho.

Um dia de semana como todos os outros a gente se encontrou na frente do mar, queríamos ver o sol se despedindo, foi quando deitei no seu colo e tudo parou. Tudo mesmo! Não senti mais o tempo passar, nem ouvi mais barulho algum a não ser a sua respiração ali de perto, e foi como estar no céu, alto o bastante para que nenhum mal conseguisse me alcançar. Eu estava em paz.

Foram tantos risos, músicas entoadas em meio a passos, olhares que diziam mais que palavras, e aquele seu sorriso sempre ali. Preciso confessar que aquele olhar algumas vezes me deixava encucada, é terrível quando não se sabe o que se passa na mente de alguém através de olhos que ao mesmo tempo diziam tudo! Olhos quase negros que me faziam perder de tantas deduções... Até que percebi que a graça está justamente aí, em ser surpreendida em cada palavra, cada gesto, e meu serzinho sempre me surpreendeu.

Em meio à indas e vindas eu percebo que poucos são os que te enxergam de verdade. É que o meu serzinho de cabelo vermelho se camufla às vezes, é proteção, e só os que se interessam de verdade, de coração, conseguem participar da doçura da alma dele. E que doçura, que fofura! Não é exagero não, é que ele é do tipo que faz careta para os outros rirem, que sai de qualquer lugar para ajudar um amigo, que conversa e fica na sua, que alegra qualquer lugar sem nem se esforçar.

Ah meu ser, queria tanto saber te explicar o que há exatamente aqui em mim, queria ter palavras concretas, ou exemplos dignos pra que você pudesse entender, só que nem eu mesma entendo.

Sabe o que é? Eu quero ter você por perto, porque hoje eu preciso de você. Preciso das tuas bobeiras de vez em quando, daquela sua teimosia e até da pirraça, preciso do teu olhar sereno, do seu sorriso que me ilumina, preciso do teu colo de novo, e até mesmo daquele seu perfume que invade o corpo de todos. Preciso da calmaria que você me transporta. Preciso da sua amizade e de um pouco da sua atenção, preciso dos seus conselhos e cuidado, preciso do seu abraço. Quero estar do seu lado quando precisar, quero te cuidar, guardar e proteger de qualquer coisa, quero você pertinho de mim, quero ouvir sua voz quando bater saudade e sair correndo para qualquer lugar pra te encontrar. Quero você por aqui e nada mais. Ver sua felicidade me fará feliz, e sendo assim, me esforçarei também para poder contribuir... mesmo que eu tenha que decorar versos de velhos livros de rimas ou que tenha que pintar um arco-íris em todo o céu. Por você vale a pena meu serzinho.

Por favor, só não saia daqui, tem uma parte minha nas suas mãos, cuida pra mim, e a deixa assim do jeito que está, bem pertinho de mim.




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OI gente, tudo bom?
Aos poucos estou tentando voltar, considerem, minha vida está uma loucura e se eu contasse nem vocês iam acreditar.
Mas assim, estou querendo fazer umas coisas bacanas aqui para o blog e dessa vez é a vera... jah jah conto a vocês viu?
Esse texto que estou postando hoje eu fiz tem um tempinho, e só agora que coloquei, nem sei pq =x

Um beijão a todos ;)

@jessicatrabuco

20 de setembro de 2010

Corda Bamba


E talvez um dia eu sente com as crianças e conte todas as histórias que me aconteceu. Conte dos amores inventados, dos sonhos semi-realizados, das bobeiras à luz da lua, das canções e frases nuas.
E quem sabe lá na frente nada disso me comova tanto mais. E eu nem sinta dor... simplesmente prossiga e dê alguma risada lembrando de tudo que rolou.
Enquanto eu ando, meus pés parecem balançar, o chão parece uma corda bamba, como se eu pudesse cair a qualquer momento, mas aí que é a graça! Andar no imóvel é fácil, acaba rápido... Mas andar na "bamba" exige equilíbrio, manter quase firme o passo. E é isso que precisa acontecer!
Procurar o equilíbrio para não cair do alto. Sentir o vento forte e não deixar que nos leve com o seu abraço, ver a dificuldade, sentir o medo de cair mas mesmo assim achar forças para prosseguir.
E talvez lá na frente eu sinta um frescor no rosto e orgulho por ter conseguido atravessar a corda, e tenha uma quase saudade das complicanças do meu ser "eterna criança".
E dizem que anjos palhaços só se satisfazem com o sorriso do outro, com a sua alegria... E eu já devia ter acostumado com o "só isso" que na verdade é muita coisa, só que o meu eu ainda não conseguiu ver.
Vou andando, cambaleando pela corda bamba da vida, sem me deixar cair, sem deixar a alegria de sentir, sem fazer o outro parar de sorrir... Não posso parar, muito menos voltar.
Deixarei meu passo ir um depois do outro e meu coração na minha mão, respirando um pouco. Vou curar suas feridas e deixá-lo falar sem que eu insistas em fazê-lo amar assim, tão depressa.

17 de setembro de 2010

Milagres...


A gente vive esperando um milagre na vida, e esquece que milagres acontecem todo dia, a todo momento.
É verdade que muitas coisas no fazem e continuarão nos fazendo chorar... mas sempre passam, ameninzam, "seca a ferida".
Enquanto outras coisas estão constantemente conosco, nos fazendo um bem danado e nem nos damos conta.
Só de acordar, de ver o mar, de poder cantar, atuar, sorrir, chorar...
Tem pessoas que vivem a vida pintando sorrisos nos rostos das pessoas, já viu? É... Sempre palhaços! Mas como não falar deles se hoje, foram eles que me salvaram? Hoje, no caminho da faculdade vi uma pequena multidão rindo diante de três palhaços... E como não sorrir diante de anjos?
Estou em falta aqui.. e dessa vez o post é bem pessoal. Só queria contar a vocês algo que eu aprendi: nunca deixem de acreditar, nunca deixem de ser vocês, nunca deixem de ver os verdadeiros milagres da vida. Acreditem na magia, na fantasia...
Há coisas que fazem valer a pena viver.
Acreditem...
Milagres acontecem todos os dias!

10 de setembro de 2010

Ter ou não ter namorado? Eis a questão..

Hoje, não vou escrever nenhum conto, nenhuma história ou poesia... vou deixar aqui um texto que me mandaram outro dia.
Texto de Carlos Drumond de Andrade, leiam e pensem bem !

TER OU NÃO TER NAMORADO? EIS A QUESTÃO




Quem não tem namorado é alguém que tirou férias não remuneradas de si mesmo. Namorado é a mais difícil das conquistas. Difícil porque namorado de verdade é muito raro. Necessita de adivinhações, pele, saliva, lágrima, nuvem, quindim, brisa, ou filosofia.

Paquera, flerte, caso, transa, envolvimento, até paixão é fácil. Mas namorado, mesmo, é muito difícil.

Namorado não precisa ser o mais bonito, mas ser aquele a quem se quer proteger, quando se chega ao lado dele, a gente sua frio, treme, e quase desmaia pedindo proteção. A proteção não precisa ser parruda, decidida ou bandoleira basta um olhar de compreensão ou até mesmo de aflição.

Quem não tem namorado não é quem não tem um amor é quem não sabe o gosto de namorar. Se você tem três pretendentes, dois paqueras, um envolvimento e dois amantes, mesmo assim pode não ter nenhum namorado.

Não tem namorado quem não sabe o gosto da chuva, cinema sessão das duas, medo do pai, sanduíche de padaria ou drible no trabalho. Não tem namorado quem transa sem carinho, quem se acaricia com vontade de variar sorvete ou largatixa e quem ama sem alegria. Não tem namorado quem faz pactos de amor apenas com a infelicidade. Namorar é fazer pactos com a felicidade ainda que rápida, escondida, fugida ou impossível de durar.

Não tem namorado quem não sabe o valor de mãos dadas; de carinho escondido na hora do filme; de flor catada no muro e entregue de repente; de poesia de Fernando Pessoa, Vinicius de Morais ou Chico Buarque lida bem devagar, de gargalhada quando fala junto ou descobre a meia rasgada; de ânsia enorme de viajar junto ou mesmo de metrô, bonde, nuvem, cavalo alado, tapete mágico ou foguete inter-planetário.

Não tem namorado que não gosta de dormir agarrado, fazer sesta abraçado, fazer compras junto. Não tem namorado quem não gosta de falar do próprio amar, nem de ficar horas e horas olhando o mistério do outro dentro dos olhos dele, abobalhado de alegria pela lucidez do amor. Não tem namorado quem não descobre a criança própria e a do próprio amado e sai com ela pelos parques fliperamas, beira d´água show de Milton Nascimento, bosques enluarados, ruas de sonhos ou musical do Metrô.

Não tem namorado quem não tem música secreta com ele, quem não dedica livros, quem não recorta artigos, quem não se chateia com o fato de seu bem ser paquerado. Não tem namorado quem ama sem gostar, quem gosta sem curtir; quem curte sem aprofundar. Não tem namorado quem nunca sentiu o gosto de ser lembrado de repente no fim de semana, na madrugada ou ao meio dia do dia de sol em plena praia cheia de rivais. Não tem namorado quem ama sem se dedicar, quem namora sem brincar; quem vive cheio de obrigações; quem faz cedo sem esperar o outro ir junto com ele. Não tem namorado quem confunde solidão com ficar sozinho e em paz. Não tem namorado quem não fala sozinho, quem não ri de si mesmo e quem tem medo de ser afetivo.

Se você não tem namorado é porque ainda não descobriu que o amor é alegre e você vive usando duzentos quilos de medos. Ponha a saia leve, aquela de chita e passeie de mãos dadas com o ar. Enfeite-se com margaridas de ternuras e escove a alma com leve fricções de esperança. De alma escovada e coração estourado, saia do quintal de si mesmo e descubra o próprio jardim. Acorde com o gosto de caqui e sorria lírios para quem passe embaixo de sua janela.

Ponha intenções de quermesse em seus olhos e beba licor de contos de fadas. Ande como se o chão estivesse repleto de sons de flauta e do céu descesse uma névoa de borboletas, cada qual fazendo uma pérola falante a dizer frases sutis e palavras de galanteria. Se você não tem namorado é porque ainda não enlouqueceu aquele pouquinho necessário a fazer a vida parar e de repente parecer que faz sentido.

Carlos Drumond de Andrade



me sigam: @jessicatrabuco