30 de março de 2011

Menininha

Sabe o que eu não entendo? Você fugir da sua felicidade.
Conheci pessoas que fugiram da pressão, do medo, da imposição... mas todas essas iam atrás da felicidade.
Você é quase um mistério pra mim. Mistério que eu conheço bem, mas que tem curvas e sombras que me deixam confusa.
As vezes tenho vontade de sentar com você e te dar lições sobre escolher a nossa felicidade antes da dos outros. Mas você parece tão certa de que fazer o outro feliz te deixará bem. E você vem me fingindo tanta força que acho graça da sua vontade de querer fazer o correto para o outro, sendo que está morrendo por dentro.
Mas o que me preocupa é saber até onde você aguentará. Até onde suportará e até quando a felicidade insistirá em te procurar mesmo você não dando muito bola pra ela.
Quero achar graça do seu atrevimento pela felicidade. Um dia entenderá, menininha, que a felicidade vem de dor mesmo, mas que ela, somente ela nos completa. É isso que vale.
A vida é só uma, pelo menos essa que você vive, não a desperdice. Viva, atreva-se, e por favor, atenda a felicidade que está desesperada atrás de você.
Dê somente uma chance e eu tenho certeza que jamais irá se arrepender.



27 de março de 2011

Lótus


"Me perdoe, mas é que já estou tão acostumada a ter que fechar os olhos para te ver, que a certeza de poder sentir sua presença a centímetros do meu corpo, me fez perder o chão e a total noção das coisas.
Não sei se percebeu a importância disso tudo pra mim, mas foi você que me ensinou o amor. Que me fez sentir aquele friozinho de montanha-russa na barriga e que me fez ver na cor do céu muito mais que o azul e branco das nuvens. Pra mim era como se nascessem arco-íris todos os dias. Não importava quão ruim tinha sido o dia, à noite eu tinha você nos meus sonhos e na manhã seguinte faltava menos um dia para eu te encontrar. E todos os dias eu queria ser a melhor, somente para você.
Deixei por tanto tempo nosso amor escondido, e você acredita que ainda assim desconfiaram? Diziam que eu estava mais bonita e que no meu olhar havia um brilho a mais. É que eu esqueci que o olho é um grande fofoqueiro, e ele não se conteve com tanta felicidade. Por isso ele estava lá, arregalando para todos que o vissem que o amor tinha chegado.
E depois, quando já não era secreto, meus melhores amigos sofriam com a minha empolgação por falar de você. Acho que de 10 palavras, 12 tinham o seu nome.
Eu vivia sonhando, era como se tivesse você à frente dos meus olhos. Mais ninguém conseguia ter o meu interesse. Minha alma, meu coração, corpo e mente eram mais seus que meus.
Você me tornou mulher quando eu ainda era uma menina, e não pense que você roubou minha inocência ou a minha infância. Você apenas me fez olhar a vida com os olhos certos e sentir as mais loucas e até então estranhas sensações. A minha pele fervia só na sua menção e era como se eu pedisse aos céus, toda noite, para que você pudesse, finalmente, tomar o meu corpo pra ti e encostá-lo no seu, tão de perto que qualquer um confundiria de quem era o quê.
Ser um corpo só, uma única alma e ter as duas asas de um anjo. Era isso, e somente isso, que eu queria da minha vida.
Foi você que voou comigo em sonhos e recarregou todas as minhas forças quando eu já estava desistindo. Será que você também lembra de tudo que sonhamos? O pôr-do-sol no Farol, nossa união diante dos melhores padrinhos: praia à noite, o mar trazendo o frescor e a lua lá em cima nos iluminando. Um fruto do nosso amor que traria em si a mistura do nosso sorriso: o sorriso apaixonado-radiante."

Esse texto eu não consegui concluí, não sei ao certo. É muito sentimento que não conseguiu ser expressado em palavras. Achei ele (o texto) em um caderno de anotações e achei que deveria postá-lo aqui. Espero que gostem.
E ah! Com o post abaixo "A gente escolhe o que quer" eu ganhei o primeiro lugar do projeto bloínquês... fiquei super feliz! Olha o selo aí embaixo. :)


24 de março de 2011

A gente escolhe o que quer


'-Queria ver se fosse você ganhando 10 mil reais em uma noite! Quando o dinheiro aparece qualquer constrangimento some. Burros são aqueles que se matam estudando, humilhando. Eu ganho mais que muito médico famoso por aí. Tenho o que quero, quando eu quero, do jeito que quero. Que mal há nisso?'

“Aquelas palavras não me saiam da cabeça. Eu nunca pensei em tomar uma atitude drástica dessa, logo eu que sempre fui daquelas menininhas nojentas cheias de preconceito com tudo. Mas eu não via outro meio. Queria mostrar que eu poderia ser melhor que qualquer um. Ninguém mais me humilharia e diria que eu tinha medo da vida. Eu ia mostrar do que eu era capaz. Daria uma vida melhor a minha mãe, e estaria presente com ela sempre, ela nem ia sentir a falta do meu pai e nem se lembraria das dores que ele a tinha causado ao fugir quando soube da gravidez. Panaca!
Teria tudo que eu sempre quis. Me daria bem na vida. Poderia até ser rica e quando isso acontecesse eu largaria essa vida e tomaria um rumo diferente. É isso. Vou tentar, arriscar."

Quando se tem 17 anos a gente é cheio de sonho, de vontade, e pior que isso, achamos que podemos controlar tudo. A garota que tinha me falado sobre aquela vida diferente era a mais popular do colégio, tinha os tênis e celulares da moda, era a mais desejada pelos garotos, e todas as meninas queriam ser sua amiga. Eu era só mais uma das esquisitas com óculos enormes que ficam no canto e ninguém nunca notou, nunca viu. Eu era pobre, e o único cara por quem me apaixonei tinha ficado com a garota popular e eu estava cansada disso tudo. Queria que me notassem, que me vissem, que me desejassem. Queria ser popular, legal, só isso.
Meu primeiro programa foi o mais difícil, eu era virgem e nunca nem tinha beijado alguém antes. Na verdade nem sei como conseguir entrar para isso, nunca fui das mais bonitas, e naquele tempo eu era desengonçada, atrapalhada. Sabe que acho que foi isso que chamava atenção? Depois do primeiro, do dinheiro que vem depois de uma hora, você se empolga e não quer mais parar. Tudo é mais fácil, você é quase idolatrada e pode ter tudo o que quer. Depois de um tempo as horas começaram a ficar mais caras, você está nas melhores festas da cidade, conhece o prazer das drogas, do sexo sem regras.
Hoje seria só mais um daqueles programas rotineiros com um cara muito rico que não era feliz na família. Mas aí o cara rico não era um cara qualquer, era o meu pai. Ele não tinha me reconhecido, ele me abandonara quando eu nem tinha nascido, como iria saber quem eu era e como estaria? Mas eu o reconheci pelo sinal no pescoço, lembro das fotos que minha mãe escondia de mim e eu ia ver à noite. Seu olhar também me fez o reconhecer, minha mãe dizia que do meu pai eu tinha herdado aquele mesmo olhar de desinteressado. Quando ele disse o nome, sem querer, eu já tinha certeza. O cara que causou dor e sofrimento a minha mãe e a mim estava ali, deitado ao meu lado. Tinha pagado caro por uma hora de prazer e parecia querer ainda mais.
Na saída do Motel, ele veio me falando algumas baboseiras que não dei atenção, só a raiva me consumia. Pedi para que ele parasse no meio da pista e me deixasse lá.
A noite era como todas as outras: frio, carros passando. Mas não era igual.
Por um minuto, depois de quase 7 anos, eu parei e pensei em mim, nos planos dos 17. O que eu tinha feito?
O tempo todo só queria provar que eu era melhor que ele, mas no fim, acabei sendo igualzinha ao meu pai. Não trouxe felicidade nem conforto à minha mãe, só trouxe vergonha e mais dor.
Sentei na calçada fria, e meu cigarro era a única coisa que me aquecia naquele momento.
Queria voltar aos meus 17, e ser a desengonçada da turma. Queria ter escolhido a dificuldade os estudos. Queria ter sido melhor.
A verdade na vida é que nós escolhemos o nosso caminho, não adianta colocar desculpa nas coisas ou pessoas que não podem se defender. Se virei prostituta, foi minha escolha, não adiantava lamentar. Não foi meu pai, ou a impopularidade, a pobreza... eu que quis ser notada.
Continuei naquela rua sentada por mais algum tempo. Logo um carro pararia, buzinaria e eu estaria lá de novo, na vida que escolhi, satisfazendo alguém e fingindo que não me importava.
“Eu sou de ferro”


Texto para Bloinques :)

Oi galera, tudo direitinho com vocês?
Então, eu tô vindo aqui para dizer que estou pensando em colocar certas divisões no blog. E esse post, além de ser para participar do Bloinques, é o primeiro de uma nova parte daqui do #Mpb. O nome disso será "Escutando a imagem" onde eu escreverei posts inspirados na imagem ( e é, eu já vinha fazendo isso há algum tempo), só que além de eu mesma escolher as imagens, gostaria que vocês também me mandassem sugestões de imagens para meu email (jessica_cstc@yahoo.com.br). Que acham?
Obrigada pelos comentários de sempre.
Um abraço :)

22 de março de 2011

Pense nisso.


"Odeio dias cinza"
Foi o meu primeiro pensamento ao acordar. Já não bastava ser uma segunda-feira, onde eu deveria voltar àquela rotina chata que estava me matando, ainda estava o céu mais escuro que já vi em toda a minha vida. Ia cair um toró e eu ia enfrentar aquelas longas e quilométricas filas de carros.
Normalmente eu não era assim. Costumava gostar das segundas-feiras e de todos os outros dias, eu sempre via algo de bom, mesmo em dias assim. Mas sabe quando se está cansada de sorrir, de pintar cores e simplesmente ninguém nota, ninguém vê ou se importa? 
"CANSEI"
E esse dia foi mesmo igual àquele céu em cima, sem cor.
Cobranças, pressão. Antigamente eu adorava o meu trabalho, eu estava ali onde sonhei a vida toda, mas aos poucos eu fui me desanimando desacreditando em mim mesma.
E os dias iam passando naquela mesma rotina estranha, trabalho-casa, casa-trabalho. Não sabia dos meus amigos há algumas semanas e minha família? Eu não sabia deles também.
Assim que cheguei daquele dia chato, percebi que não tinha nada na dispensa e lá fui eu enfrentar a chuva novamente, mas dessa vez resolvi ir a pé. Não sei porque mas eu queria sentir o vento mais perto de mim.
Fui andando e vendo as pessoas apressadas, com medo daqueles pingos d'água. Era engraçado como simples gotas caindo do céu assustava tanta gente.
Muita gente estava me olhando enquanto eu caminhava e eu sabia que era por conta daquelas minhas botas de borracha amarelas. Depois de um certo tempo eu comecei a ser bem mais preocupada com a contaminação de águas da chuva e não saia numa chuva assim sem elas. E é, ficava bem engraçado nos meus pés, eram maiores que eles.
Ainda na minha caminhada avistei um lugar conhecido. Era uma espécie de praça com um vasto campo de grama onde eu costumava ir com meus amigos ver a vida passar, tocar violão, falar besteiras e comer doce. 
Olhei para baixo e sorri com saudade.
O que eu havia me tornado? Eu era tão livre de tudo, tão cheia de planos mirabolantes para salvar o mundo, para fazer a diferença.. e lá estava eu, com medo da chuva. Não era assim que eu queria ser.
Num impulso de nostalgia e rebeldia (a mim mesma) sai correndo pelas ruas sem olhar para o lado, adentrei naquela praça amiga e pisei na maior poça de água que eu encontrei. Soltei o guarda-chuva, olhei para cima e gritei um "MUITO OBRIGADA" aos céus por ter me alertado da bobeira que estava fazendo antes que fosse tarde demais.
Essa sim sou eu.
E depois da chuva toda, liguei para minha mãe e falei sem parar sobre tudo que acontecia nessa cidade diferente, disse que estava com saudades e que no fim de semana que estava por vir iria vê-la sem falta. E quanto aos amigos? Eu estou indo agora para um daqueles nossos encontros sem por que. E agora eu voltei a acreditar em mim.
Ainda há tempo de ser quem você é. Pense nisso.

17 de março de 2011

A maior verdade que existe é aquela que li em um desses sites de frases de pessoas famosas.Dizia assim (algo bem parecido): a coisa mais difícil a fazer é ser exatamente quem se é.
Dói ser quem você é. Dói querer lutar pelo que se acredita. Dói ser. Dói sentir. Dói ser diferente e lutar por algo diferente.
Mas é assim: é nas horas mais difíceis que mostramos de verdade quem somos.

E se você acha que vale a pena ser você, SEJA.







12 de março de 2011

Eu só tinha medo da solidão, sabe? Ficar sozinha em casa. Chegar antes em qualquer encontro, esperar lá e ninguém aparecer. De não ter para quem ligar nos dias dos namorados e nem de quem falar para todas aquelas minhas amigas namoradeiras.
Hoje eu descobri um turbilhão de coisas. Hoje mesmo. Em apenas 24 horas!
Descobri que o encanto não toca toda gente. Tem pessoas que gostam mesmo do sofrimento e nada que venha fácil e cheio de cores vai te agradar. Loucos?! É. Eu também acho. Descobri também que ficar sozinha é uma delícia! Você se vê de um jeito que não se mostra, come todas as baboseiras que quiser (sem culpa) e assiste tudo aquilo que você acha um lixo, só para rir um pouco. Descobri também que o amor não é um bicho de sete cabeças e a gente pode encontrar em qualquer lugar, basta procurar. E enquanto ele não vem, o bom mesmo é se divertir, experimentar o que puder, quiser e até o que nunca quis falar. Sabe, eu percebi que o legal mesmo é quando você gosta de ser você, seja por dentro seja por fora.
Arrisque-se, atreva-se, permita-se.
Viva todas as aventuras mais pitorescas que tiver em mente, tenha história para contar.
Mas aí, se o amor aparecer. Ame e dê tudo de si. Não se arrependerá disso, mesmo que sofra. Porque se isso acontecer você vai adorar estar sozinha também.


9 de março de 2011

Fugi


Resolvi fugir.
É que me pareceu que só assim eu poderia correr atrás de mim.
Dá para entender? Eu fugi duas vezes. De mim e do mundo para me achar.
Não pensei dessa vez e peguei o primeiro ônibus para qualquer lugar. Só queria ver o sol de um outro ângulo e achar pessoas que me olhassem sem muito porque, sem muito querer saber...

Queria achar um lugar onde meu passado não incomodasse tanto e onde as feridas só fossem marcas que se eu não olhasse para elas eu nem iria sentir.
Fui embora atrás de mim.
Porque sem querer eu fugi quando percebi que as coisas me poluíram e sujaram todos os meus quereres e planos. Meus conceitos foram jogados do abismo e meus sonhos esvaíram por aí.

Fugi pra me reencontrar, e acho que dessa vez não vou mais me deixar.

6 de março de 2011

Procuro a graça

As vezes fico esperando o que eu nem sei.
É que sinto falta do amor.
Sabe como é pensar em algo romântico e não ter ninguém em mente?
Dói.
É um amor que espero, alguém que me faça flutuar e ver a lua tocar no mar lá na linha do horizonte.
Não sei quando vem. Mas dizem que vem.
Até lá, procuro encontrar alguma graça.