3 de outubro de 2010

Esperando


Era uma rua vazia, assim como eu naquela varanda sozinha
Eram 2h ou 3h da manhã e mais uma vez eu estava lá
Não sabia o que me tirava toda noite da cama e me fixava naquele cantinho da minha casa, pensativa, reflexiva, como se estivesse esperando algo acontecer
Era quase sufocante ficar deitada enquanto eu via lá no céu a lua e as estrelas a brilhar, ouvia o vento passar e sentia aquele frio passando e arrepiando a minha pele
Dentro do quarto eu deixava aquela mesma música tocando, aquela que você me mandou logo após que nos conhecemos...
É... talvez eu soubesse sim o que me levava àquela mesma varanda todo dia... era a esperança de te ver passar por lá de novo, assim como daquelas vezes que você jogava aquela pedrinha na varanda e gritava no meio da noite que precisava me ver, que estava com saudade e que me amava, junto com aquelas rosas de plástico na suas mãos.
Rosas de plástico! Custei a entender o por quê de você me dar elas... de plástico?! Ah... mas você sempre me surpreendeu e me mostrou algo diferente. Você mesmo me explicou quando viu minha cara de assustada: "Não queria te entregar algo que morresse, por isso de plástico, é só um símbolo do meu amor, estará sempre aqui."
Mas você foi embora, foi para longe, e já não sei quando voltará.
É claro, não poderia impedir que você fosse atrás do seu sonho, dos seus estudos, da sua estabilidade. Mas, queria ter sido mais egoísta, porque você se foi e levou contigo o que me fazia respirar. E já nem sei mais acordar sem sentir a sua respiração perto da minha, e olhar nos seus olhos castanhos avermelhados tão magnificamente simples... Assim como suas palavras, que eram sempre ditas na hora exata, ou então aquela sua gargalhada estrondosa que por vezes me fez corar quando estávamos no meio de um restaurante ou na última sessão do cinema.
Já fazia uma semana, pode parecer pouco para qualquer outro ser, mas para mim, uma mulher amante e apaixonada, parecia uma eternidade, e eu ainda não acreditava.
Dei mais uma tragada no meu cigarro, e lembrei de quando você roubava ele no final e jogava longe só para me ver irritada, sorri sozinha e fechei a porta da varanda.
Desliguei o som, tirei as sandálias e deitei, pedindo a Deus para te trazer de volta logo.
Fechei os olhos.
Toc Toc
Acordei assustada com um barulho vindo da minha janela, corri para varanda de novo, e mal acreditei quando te vi alí debaixo, com aquela rosa na mão.
Sorri feliz de novo, sem entender...
"O que está fazendo aí?"
"Voltei, não consegui"
"Não conseguiu o quê?"
"Viver sem meu ar, sem minha vida"
Tenho certeza que minha cara foi a mais boba do mundo
"Deixa eu entrar, estou com saudade de você meu amor, te amo"
É, Deus ouviu minhas orações, mais rápido do que eu imaginava.


6 comentários:

Daninha disse...

Own >.<'
Que fofo.

Meus desabafos :) disse...

Crap,quero um homem desse,comofas?AHAUHAUAHAU.
Eu ameeeei,com certeza é algo que toda garota sonha *_*

-

Beeijão :)

Jeferson Cardoso disse...

Bem, para o comentário sintetizar o sentido da postagem eu direi: as flores de plástico não morrem, nunca viveram, são símbolo, são sonho, e por vezes se realizam...
Será que alcancei o som da postagem?! [sorrio]. Parabéns por sua história de amor, Jéssica!

Quero aproveitar e lhe convidar para ler “O Candidato” no meu http://jefhcardoso.blogspot.com
Será um prazer lhe receber.

“Para o legítimo sonhador não há sonho frustrado, mas sim sonho em curso” (Jefhcardoso)

Larissa Lins disse...

"...ou então aquela sua gargalhada estrondosa que por vezes me fez corar quando estávamos no meio de um restaurante ou na última sessão do cinema."

Que LINDO!
E, nossa... ele voltou! É o que vale, não é? Adorei a história.

Érica Ferro disse...

Ah, meu Deus!
Que doçura de texto, Trabuco!

Sério, bonito mesmo. Quem dera que as coisas acabassem bem assim, sempre.

Um beijo e um potinho de amor pra você.

B. disse...

O:
É liindooo *_*