12 de fevereiro de 2011

O diamante cintilante



- Eu não acredito no amor.
Ela continuava com aquele mesmo ar misterioso, simples e sensual. O cigarro entre os dedos e aquela fumaça que parecia dar um nó em mim.
- Eu duvido muito. Impossível não acreditar no amor, ele é como o oxigênio.
Ela riu e logo começou a gargalhar.
- Não entendendo você, por um minuto eu achei que...
- Que eu estaria apaixonada por você?
Uma pausa, eu baixei os olhos envergonhados.
- É isso que todos querem achar, que há alguém no mundo apaixonado por você. Não é tolice? Um simples olhar profundo e um sorriso conseguem mudar a felicidade de alguém nem que seja por meros minutos.
E ela tinha mesmo mudado a minha, tinha a deixado mais completa por uns instantes.
Ela continuava lá, intocável.
- E não seria melhor ter essa felicidade por mais tempo?
- Ela não é o bastante.
Ela me olhou fria e continuou.
- Essa felicidade um dia acaba meu jovem escritor sonhador. É sempre assim! Seja pela morte, por uma dama mais bonita, seja pela falta do dinheiro. E a dor que se sente ao acabar o “encantamento” é a pior dor do mundo.
Ela parou de falar e olhou para o chão. Seu chapéu cobria quase seu rosto todo, sua pele era branca feito a neve. Ela me deu às costas e estava indo embora.
- Me dê apenas uma noite para te provar o contrário!
Eu gritei, desesperado.
Ela parou, no fim da rua, virou e balançou a cabeça.
- Se quer o meu amor, precisa de muito dinheiro para comprá-lo, e você não tem.
Foi a última vez que vi o diamante cintilante




ps: Rá, já estou melhor o/
Esse conto aí de cima me veio do nada, e foi meio que inspirado no filme Moulin Rouge, um musical bem bacana.
Vou indo ver os blogs de vocês :) 
Um beijão e muito obrigada pelo carinho de sempre !

15 comentários:

Anônimo disse...

Dá arrepios só de pensar nesse desencantamento. Parabéns pelo conto =)

Anônimo disse...

Ahh!!!este filme foi maravilhosooo!!o conto é adorável!!!ameiii!!!bom domingo...beijos doces!!

Thai Nascimento disse...

Sobra o quê quando a esperança se foi?

Claro que não acreditar no amor pode ser uma forma de evitar novas decepções. Tem gente que se permite se esconder detrás dessas barreiras altas demais, por medo de sofrer. Ainda assim é exagero.

Ótimo texto.

Inercya disse...

UAU, Jéssica! Gostei muitíssimo. Adoro diálogos e esse me foi encantador. Mas é uma pena que ela não acredite no amor...
Ah, Moulin Rouge é um ótimo filme ^^
;*

Daninha disse...

Lindo o post.
Bom sabermos também que dinheiro não é tudo.
beijos

Patrícia Melo disse...

Nossa! wow haha

Marcelo R. Rezende disse...

Forte, amo assim.

Beijo.

Thiago Alves disse...

Muito bom...

Ange Sauvage disse...

Confesso que fiquei arrepiada! Acho que porque sei bem o que ela quis dizer. bjs e sigo-te.

Liv. disse...

é mesmo , e é isso que ando a tentar fazer :s

angie disse...

É verdade, querida

Unknown disse...

Lindo
Obrigada por passar lá..mo meu blog mofo.
beijo

Unknown disse...

Nossa, eu assisti Moulin Rouge demais! :D É o meu musical preferido! :D

http://thaisacorrea.com/b/

Minne disse...

Nossa senhora, ela é um amor de pessoa viu ? kkk Mas você sempre arrazando na escrita né ? Muito maravilhoso.
AA MOULIN ROUGE ♥ NICOLE KIDMAN ♥

Ahh que bom que melhorou *-* Tudo de bom pra ti !

Nay Rosário disse...

Muito bonito. Contos como esse não veem do "nada" são frutos da nossa alma.