25 de setembro de 2015

Onde há brasa, pode ter fogo (de novo)

Ela sorriu pra mim, com os olhos
Não vi nenhum dente aparecendo por detrás daquela boca rosada
Na minha frente havia um mundo inteiro, tantas questões, tantos medos, sonhos e planos!
Quem era ela, afinal?
Que me revirou de cabeça para baixo e agora estava ali, tentando me explicar a teoria de tudo e do nada, querendo me fazer acreditar que a gente pode até andar sobre as águas.
Quem era ela, afinal?
Ela me fez voar, foi isso!
E agora acha que pode ir e vir assim, como se nada tivesse acontecido.
Mas não, meu bem, me perdoe, mas eu não suporto isso.
Te ver aqui, de frente para mim, com todas as suas sardas nuas, é tão complexo!
Seu cheiro é uma loucura e eu conheço todos os seus gestos, seus olhares, seus sorrisos, sua falta de paciência com o mundo, e sua vontade de ser feliz.
Se encaixe de novo no mundo, e quem sabe poderá estar aqui de verdade?!
Não sei o que quer de mim, mas essa instabilidade é uma coisa que me corrói por dentro.
Vou deixar essas questões ali.
Enquanto isso me diz, o que mais a gente pode fazer por aí?
Dá pra ser quem eu quiser, dá pra construir castelos?
Dá para ser feliz?
Dessa vez só me olhou, com aqueles olhos esbugalhados, como se estivesse relembrando de algo.
- A gente foi feliz.
E eu que insisto no amor, acho que onde há brasa, pode haver fogo (de novo).
Vamos ver aonde a vida irá nos levar.

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