13 de setembro de 2011

#HoradeOpinar

Tem duas coisas que você precisa saber antes de ler esse post:
1 - Eu não sou homofóbica. Acredite, não sou mesmo!
2 - Esse será um post polêmico, você não é obrigado a concordar, eu não tenho a razão sempre. Se não concordar faça um comentário e expresse o que acha sobre. O bacana de se ter um blog é que podemos trocar ideias, e é esse o meu objetivo aqui.


Sobre a Parada Gay e a homofobia

No último domingo, dia 11 de setembro de 2011, ocorreu na capital baiana a 10ª Parada Gay de Salvador. Acredito que para se ganhar respeito do próximo, a primeira coisa a se fazer é respeitar. E a Parada Gay, não demonstra isso. Primeiro que na verdade é só mais uma festa carnavalesca da Bahia. É mais um carnaval fora de época. Um motivo a mais para sair às ruas, danças e encher a cara até não aguentar mais ficar de pé.
Como é que você se faz igual, se para isso é necessário ter um dia para defender a sua causa? Os heterossexuais não precisam de um dia para mostrarem que são heterossexuais, pra que então os homossexuais fazerem isso? Ao meu ver é só mais uma forma de exposição e agressão às outras pessoas. Uma forma de desrespeito a si próprio. Porque o que deveria ser um protesto vira uma piada. É isso que acontece. As pessoas nas faixadas de seus prédios dão risada do que veem desfilar nas ruas do Campo Grande.
Sei de todas as injustiças e preconceitos que o homossexual sofre e é revoltante perceber o quanto as pessoas são hipócritas ao se importarem com a opção sexual do outro ao invés da sua própria vida e outras coisas tão alertantes que acontece no mundo. Mas é ai que entra o fator atitude.
Ser homossexual não te faz nem especial e nem diferente. Você é igual a qualquer um. Tem deveres e direitos de cidadão como qualquer outro. A única coisa que modifica é a sua opção sexual, com quem você se relaciona. E venhamos e convenhamos; isso não tem nada haver com mais ninguém, só com você e seu parceiro. Mas se ao invés de se portar como um cidadão comum, estudando, trabalhando, vivendo... você se esconde e do nada resolve sair em um dia de domingo gritando por ai que merece respeito, o que acha que vão pensar? O respeito a gente conquista no nosso dia a dia. Mostrando que se é igual, que se vive igual e que é alguém respeitável como qualquer outro. Não berrando aos quatro cantos que merece respeito e que é igual, mostrando ao mesmo tempo todo o contrário, se fazendo de diferente e querendo se destacar do resto da sociedade.
Enquanto o próprio homossexual não se valorizar e se portar com respeito diante da sociedade, sem se esconder, sem máscaras; a homofobia continuará, a violência continuará e o homossexualismo continuará sendo um bicho de sete cabeças.
Está na hora de fazer diferente, mostrar diferente.
E é assim que o respeito será conquistado.


17 comentários:

Brunno Duprat disse...

Concordo...

FABIO DIAS disse...

Aqui em São Paulo, já teve umas 15!
Sou gay, e nunca mais vou em nenhuma.
Motivo: por tudo que você já citou!
Um Carnaval fora de época! Já foi boa um dia. Mas hoje não mais.

Concordo com o que você disse em quase 95% do texto!
Beijo

Fábio Dias R.
www.ocabidefala.com

Valdicéia Mendonça disse...

Perfeita sua explanação sobre o assunto, acho exatamente isso.
Show!!!

Letícia R. disse...

Falou BONITO! E claro, eu concordo plenamente com o que disse.

Mila Ferreira disse...

sua colocação é muito boa Jéssica, acredito que essas 'paradas gays' perderam o sentido que era lutar por respeito,no principio as paradas gays não eram assim. Hoje virou uma bagunça e uma baderna, os proprios participantes se desrespeitam, desrespeitam os que não participam eisso é degradante.
Que mude. Eles tem direitos e deveres, são como todos nós... pra que uma parada assim só pra se mostrarem diferentes? Diferença em que? No amor, nos gostos não se manda, não se discute. Assim como as pessoas são diferentes em religião, partidos politicos e times de futebol...

Anônimo disse...

Eu concordo em grande parte com o que vc disse. Também acho que aparada gay ao invés de ser um protesto, virou uma bagunça!E tem muitos gays que se expoem ao ridídulo. Porém, não é tão simples como vc vitou em um trecho. Muitos gays sofrem preconceito apenas por serem gays. Não precisamos lutar pelo direito de sermos heterossexuais, não sofremos por isso,não somos agredidos, não somos mortos por isso, não ouvimos piadas maldosas, não somos julgados,humilhados todos os dias pela sociedade por gostarmos do sexo oposto, mesmo se vc for um hetero escandoloso ,que sai gritando na rua e tudo o mais,será visto como normal. Já o gay pode estar quietinho no canto dele e será desprezado,nem que seja por um olhar, por um cochicho.Penso que a parada gay, a luta pelos direitos e a exigência de respeito infelizmente, ainda se faz necessária pela comunidade gay. Mas concordo que a parada nada mais é que um belo vexame!

Inercya disse...

Infelizmente é assim. A luta pela causa se torna uma piada mais que ridícula. E como todo brasileiro adora uma festa, só vai, como você disse, pra encher a cara e não pelo evento em si.
;*

Anônimo disse...

É você ta na bahia!
Tudo vira carnaval, tudo vira diversão, e isso acaba fugindo totalmente do contexto do qual a parada gay queria mostrar.

Julia Trabuco

Ibarcellos disse...

Concordo em partes,mas é isso cada mundo uma cabeça,cada cabeça um colorido diferente

Isis Purificação disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Isis Purificação disse...

Poxa dá uma felicidade quando eu vejo um texto assim!! :D
Muito boom!
Mas vamos lá:

Concordo e não com você, por que veja bem, a parada gay existe como uma forma de protesto (nenhuma novidade nisso), mas isso não tá rolando, realmente é um carnaval... Ai entraria uma pequena reflexão nas seguintes estereótipos que são reforçados pela mídia, pela própria sociedade:

Quando é gay é o cara que entende de moda ou é bem fofoqueiro ou é muito afeminado.

Quando é lésbica é bem menino ou é bem macho (quase um homem) ou sei lá ouvi Gadú.

Por que problema não é ser um carnaval e sim ser banalizado essas questões.

Mas o que eu acho que em relação a exposição de imagem entre uma pessoa heterossexual e uma pessoa homossexual não tem nada haver, porque não tem na testa escrito. E pelo menos para mim entraria uma questão de educação tanto domestica e quanto social. E ter um dia de orgulho hetero seria o que? Por que pelo menos pra mim só iria ser valido para quem mora em Nárnia e não pode por que vai morrer queimado!né?!

Bjus Irmã! :D

Paloma disse...

Eu acho o seguinte (senta que lá vem a história rs):

Não é sentado em seu cantinho que o homossexual vai conseguir respeito. Se fosse assim, eles poderiam ter ganho essa luta desde a idade média, e a gente vê que não foi bem isso que aconteceu. O preconceito é um fato, e eu vejo a parada como um meio de chamar a atenção, de dizer "ei, eu existo! E não é o fato de você não gostar de mim que vai me mandar embora". Concordo que eles fazem isso de uma maneira meio espalhafatosa, mas - a meu ver - é um jeito muito mais eficiente, divertido e chama muito mais atenção do que um "protesto tradicional", porque vai exatamente ao encontro do estereótipo de homossexualidade que está na mente da sociedade. Sim, nem todos (nem mesmo a maioria)os homossexuais se encaixam nessa imagem, mas essa é a face mais drástica e, se as pessoas começarem a encarar isso com mais naturalidade, fica mais fácil de conviver com as formas "menos chocantes", por assim dizer.

Espero que tenha explicado direito o que quis dizer... Desculpe o tamanho do comentário!
Beijos

Celso Garcia disse...

Uau, assunto polêmico. Concordo em grande parte com o que foi dito.
Há que se privilegiar a igualdade entre todos, direitos e deveres como foi dito. De fato concordo que na maioria das paradas que vemos por aí, não vemos um grito de protesto, mas um desfile alegórico que, na maioria dos casos, acaba por eternizar o preconceito existente, deixando a ideia de que são todos baderneiros e por aí vai. Não é por aí. Não é esse o sentido da parada. Quer respeito, dêem-se ao respeito.
Ainda assim, acho que todos os que se sentem (e são) injustiçados têm direito ao protesto: isso vale para homossexuais, heterossexuais, professores que recebem mal, alunos que têm péssimas condições de estudos, trabalhadores explorados, população revoltada contra a corrupção, etc. O problema não é o protesto em si, mas a forma como é feita. Uma greve que parte para a porradaria perde grande parte do seu mérito. Uma parada pró-igualdade que reforça estereótipos e preconceitos também...

Thiago Ribeiro disse...

POr isso não me dou mais ao trabalho de ir. Existe uma falta de respeito por parte de organização e principalmente dos participantes. Decepcionante;

Unknown disse...

Não tenho nada contra os gays.

Beijinhos**

Marcelo R. Rezende disse...

Sou gay e concordo.
Muito coerente, querida.

Evellynn Rocha. disse...

Concordo plenamente Jeu. E por esses e outros motivos não fui pra parada gay esse ano. Respeito e igualdade são coisas conquistadas individualmente e assim se fazem globais. Não adianda todos irem para as ruas um único dia no ano e mostrar que é gay, que gosta de curtir, que tem alguém do lado e nem mesmo a hora de parar de beber está ao alcance. E se comportar como quem só tem aquele dia para ser feliz. Você levantou uma questão bastante interessante e que deve ser passada adiante. Quem é gay de verdade, quem sente amor por alguém do mesmo sexo que não seja só um amigo, vive isso todos os dias. Não em um único domingo no ano! A parada gay é só alvo pra que os homofóbicos agridam e se sintam mais fortes para desclassificar os homossexuais. Enfim.. não sou a favor da parada gay. Carnaval já existe.